23 de fevereiro de 2009

O cinema sempre nos provoca

[O diretor Danny Boyle de Quem Quer Ser um Milionário? - ganhador de oito estatuetas na edição do Oscar 2009]

O cinema, a nossa sétima arte, tem na solenidade do Oscar a entrega mais importante e pomposa do cinema mundial. Desde o final da década de 20 quando foi fundada a premiação movimenta muitos setores da indústria fílmica e outros que influenciam a divulgação dos indicados e posteriormente os vencedores do prêmio distribuído pela Academy Awards – popularmente chamada de – Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos da América.

Entre os premiados na trajetória da premiação podemos destacar os diretores e os longas-metragens – Elia Kazan - Sindicato dos Ladrões, William Wyler - Ben Hur, Francis Ford Coppola - Poderoso Chefão, Milo Forman - Amadeus, Steven Spielberg -A lista de Schindler e Martin Scorsese - Os infiltrados e os atores - Charlton Heston, Marlon Branco, Jack Nicholson, Robert de Niro, Anthony Hopkins, Al Pacino e Tom Hanks, Grace Kelly, Elizabeth Taylor, Jane Fonda, Mary Streep, Jodie Foster e muitos outros nomes.

No decorrer dos mais de 80 anos a festa mais premiada do cinema mundial já se tornou referência de popularidade, mesmo quando alguns filmes vencedores não tenham uma aceitabilidade notória do público. Porém, quando falamos de cinema, na visão dos produtores não consigo enxergar qual malefício um Oscar possa trazer, mesmo quando o premiado não consegue ser um sucesso nas salas de exibições pelo mundo.

O cinema não premia somente os melhores, também existe prêmio para os piores, isso mesmo: piores. A premiação acontece pela – Framboesa de Ouro que existe desde 1980 – uma espécie de paródia do Oscar.

Ao longo da existência da Framboesa de Ouro já foram vencedores – Sylvester Stallone (diretor e ator), Ben Affleck (ator e ator coadjuvante), Madonna (incluindo a pior atriz do século); os longas - Jornada nas Estrelas 5: A Fronteira Final, Proposta Indecente, Instinto Selvagem 2.

Mesmo quando trata de diferenças tão imensas como Oscar e a Framboesa de Ouro o cinema consegue chamar a atenção. Conforme Millor Fernandes - Se se ganha dinheiro, o cinema é uma indústria. Se se perde, é uma Arte. Resta saber de qual lado os vencedores melhor se enquadram se na arte com inicial maiúscula ou na arte com inicial minúscula.

Deixando de lado a história mais distante para ficar com a história mais recente - foram anunciados ontem os vencedores do Oscar e do Framboesa de Ouro.

No Oscar méritos ao longa-metragem britânico - Quem quer ser um milionário? que conseguiu ganhar oito estatuetas das dez que concorria, entre os prêmios recebidos estão – melhor filme, melhor diretor, roteiro- que formam a trinca essencial das produções fílmicas. Kate Winslet e Sean Penn foram os grandes vencedores de melhor atriz e ator pelas atuações em – O Leitor e Milk - Voz da Igualdade, respectivamente. A premiação de melhor atriz coadjuvante ficou com a espanhola Penélope Cruz por sua atuação no filme de Woody Allen – Vicky Cristina Barcelona e o Oscar póstumo ficou para o ator Heath Ledger como – Coringa em Batman – O Cavaleiro das Trevas. Já no Framboesa de Ouro - contentes ou não os "melhores" foram Mike Myers e Paris Hilton, ambos foram condecorados como pior ator e pior atriz, pelas suas atuações em – Guru do Amor e The Hottie and the Nottie. As indicações dos piores do cinema ao longo do ano premiaram com destaque também o diretor – Uwe Boll que recebeu prêmio de pior nas categorias – diretor e pior carreira.

Abaixo os vencedores do Oscar e Framboesa de Ouro:

MELHOR FILME

"Quem quer ser um milionário?"

MELHOR ATOR

Sean Penn ("Milk - A Voz da Igualdade")

MELHOR ATRIZ

Kate Winslet ("O Leitor")

MELHOR DIRETOR

Danny Boyle ("Quem quer ser um milionário?")

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Heath Ledger ("Batman - O Cavaleiro das Trevas")]

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Penélope Cruz ("Vicky Cristina Barcelona")

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

"Departures" (Japão)

ROTEIRO ORIGINAL

"Milk - A Voz da Igualdade"

ROTEIRO ADAPTADO

"Quem quer ser um milionário?"

LONGA DE ANIMAÇÃO

"WALL-E"

CURTA DE ANIMAÇÃO

"La Maison en Petits Cubes"

DIREÇÃO DE ARTE

"O Curioso Caso de Benjamin Button"

FIGURINO

"A Duquesa"

MAQUIAGEM

"O Curioso Caso de Benjamin Button"

FOTOGRAFIA

"Quem quer ser um milionário?"

CURTA-METRAGEM

"Spielzeugland"

DOCUMENTÁRIO

"O Equilibrista"

DOCUMENTÁRIO DE CURTA-METRAGEM

"Smile Pinki"

EFEITOS ESPECIAIS

"O Curioso Caso de Benjamin Button"

EDIÇÃO DE SOM

"Batman - O Cavaleiro das Trevas"



PIOR FILME
“Guru do Amor”
PIOR ATOR
Mike Myers – Guru do Amor
PIOR ATRIZ
Paris Hilton - The Hottie and the Nottie
PIOR ATOR COADJUVANTE
Pierce Brosnan – Mama mia
PIOR ATRIZ COADJUVANTE
Paris Hilton - The Hottie and the Nottie
PIOR CASAL
Paris Hilton e Christin Lakin ou Joel David Moore - The Hottie and the Nottie
PIOR DIRETOR
Uwe Boll – Tunnel Rats, Em Nome do Rei Postal
PIOR CARREIRA
Uwe Boll
Bruno Scuissiatto

7 de fevereiro de 2009

Tela Alternativa 2009

A partir do dia 16 de fevereiro estarão abertas as inscrições para a edição deste ano do projeto "Tela Alternativa" , que visa exibir e contextualizar filmes tanto na História como na História do Cinema, com a coordenação do professor doutor da UEPG Antônio João Teixeira.

As exibições acontecem sempre às terças-feiras, às 19h30 min, na sala B do Teatro Ópera, com comentário prévio do professor e posterior discussão sobre aspectos relevantes do filme, de forma que todos podem participar.

A promoção é do Departamento de Línguas Estrangeiras da UEPG juntamente com a Secretaria Municipal de Cultura. Maiores informações no Delin ou através do telefone 3220-3372.

Confira a programação:


FILMES DE MARÇO

3 de março - O tesouro de Sierra Madre (1948, 126 min.) – John Huston. A textura do filme transpira a aridez poeirenta da paisagem mexicana, de modo que, ao assisti-lo, o público quase consegue sentir a areia entre os dentes; e os atores – exilados do ambiente confortável do estúdio e tendo que enfrentar as intempéries – são obrigados a oferecer interpretações tensas e irascíveis. (Schneider, 1001 filmes para ver antes de morrer.)

10 de março - Crepúsculo dos deuses (1950, 110 min.) – Billy Wilder Uma melindrosa cinquentona, cuja tentativa de permanecer jovem a faz parecer ter mil anos, Norma, vive em uma mansão decadente no Sunset Boulevard, realizando um funeral à meia-noite para seu macaco de estimação, rascunhando um roteiro impossível de se produzir e sonhando com um recomeço inviável como Salomé. De prontidão, há um mordomo sinistro, que havia sido seu diretor favorito. (Schneider, 1001 filmes para ver antes de morrer.)

17 de março – O deserto vermelho (1964,120 min.) – Michelangelo Antonioni. Talvez o mais extraordinário e hipnótico filme de Antonioni e, ao mesmo tempo, impossível de resumir. Monica Vitti é a esposa neurótica de um engenheiro eletrônico, vagando confusa por uma paisagem industrial moderna, que Antonioni coloriu do modo mais surpreendente e original que se possa imaginar. Esteticamente, o filme é uma festa, mas não deixe que isso o afaste da complexidade da trama e das interpretações. (DP, Time Out Film Guide)

24 de março – A primeira noite de tranquilidade (1972, 126 min.) – Valério Zurlini. Conhecido como “O Poeta da Melancolia”, Zurlini teve uma carreira cinematográfica magra, mas suficiente para mostrar muita qualidade, como em A Primeira Noite de Tranquilidade. O protagonista, Dominici, é um professor de literatura, um intelectual introvertido, que fala pouco e fuma pelos cotovelos. O cenário do filme funciona como um reflexo do estado de espírito amargurado e melancólico do personagem. Os locais são vazios, desgastados, com um pingo de decadência. A fotografia fortalece essa idéia, com uma iluminação delicada, que realça essa percepção desolada, fria. O diretor pega emprestado o ideal artístico do expressionismo, que versa sobre o mundo exterior como um reflexo do interior. (Hugo Viana – moviesketch)

31 de março - O milagre de Anna Sullivan (1962, 106 min.) – Arthur Penn. Patty Duke, como a jovem surda e cega de nascença, e Anne Bancroft, como a governanta teimosa que a ajuda a superar sua incapacidade de falar, lançam fagulhas uma contra a outra com uma violência e honestidade emocional raramente vistas no cinema, iluminando suas solidões, assim como suas vulnerabilidades e puro medo. (GA, Time Out Film Guide)


FILMES DE ABRIL

7 de abril - O garoto selvagem (1970, 83 min.) – François Truffaut. Em 1798, um garoto foi encontrado vivendo nas florestas do sul da França. Estava nu, sujo e não sabia falar. Esse garoto-animal foi protegido pelo Dr. Jean Itard, que começou a ensinar-lhe comportamento social. Truffaut e o garoto que interpreta Viktor transformam a história num dueto de afeição paternal e lamento por um paraíso perdido. (David Fear, Time Out New York)

14 de abril – Ser e ter (2002, 107 min.) – Nicolas Philibert. Este filme maravilhoso do aclamado documentarista francês Philibert mapeia meio ano na vida de Georges Lopez e as crianças que ele ensina numa pequena escola de uma única turma em Auvergne. Com Jojo e as crianças menores, vemos mentes se desenvolver numa velocidade surpreendente; com os mais velhos Julien e Olivier, um pitada de ética começa a existir, enquanto a tímida Natalie lembra quão doloroso pode ser o começo da sensibilidade adolescente. É um estudo espirituoso, altamente comovente, sobre a dedicação, inteligência e bondade que deixam sua marca. Você provavelmente não verá um filme tão belo em muito tempo. (GA, Time Out Guide)

28 de abril – Quem tem medo de Virginia Woolf? (1967, 134 min.) – Mike Nichols. Filmado em preto-e-branco, com um belo roteiro de Ernest Lehman que manteve muitos dos diálogos originais, a direção de Nichols preserva a essência da obra de Edward Albee. George é professor de História em uma faculdade e Martha, a filha do reitor. Eles convidam um jovem professor e sua esposa para um fim de noite cheio de joguinhos mentais. O filme decididamente mereceu os cinco prêmios da Academia que recebeu. É com certeza uma das melhores adaptações de um original do teatro transposto às telas. (Schneider, 1001 filmes para ver antes de morrer.)


FILMES DE MAIO

5 de maio - Becket (1964, 150 min.) – Peter Glenville. Becket representa uma mistura magistral de drama sensível e esplendor visual. Embora haja os cenários magníficos e luxuriantes que reconstroem as Ilhas Britânicas como elas eram em eras passadas, eles sempre servem de pano de fundo para as idéias e as caracterizações, que são o foco do filme. Com quase três horas de duração, Becket provou que um filme poderia ser envolvente sem, por um lado, tornar-se teatral demais, ou, por outro, introduzir seqüências de ação supérfluas, como tantos espetáculos do final dos anos 50 e começo dos 60 tinham feito. Realizando o filme como um estudo de idéias e homens sempre em conflito, Hal Wallis produziu um dos mais belos, inteligentes e importantes filmes de época da década. (Douglas Brode, The films of the sixties)

12 de maio – Dois filmes: Nós que aqui estamos, por vós esperamos (1999, 72 min.) – Marcelo Masagão. Nós que aqui estamos, por vós esperamos é um filme-memória do século XX, a partir de recortes biográficos de pequenos e grandes personagens que por aqui passaram. 95% das imagens são de arquivo: filmes antigos, fotos e material da TV. Não há locução, nem depoimentos orais. A sonorização é toda música de Wim Mertens, efeitos sonoros e silêncio. O filme ganhou 17 prêmios nacionais e internacionais e ficou oito meses em cartaz em SP e Rio. (site 2001video)

Notícias de uma guerra particular (1999, 56 min.) – João Moreira Salles e Kátia Lund Eleito um dos melhores filmes brasileiros contemporâneos pela Revista de Cinema e vencedor da competição nacional de documentários do festival É Tudo Verdade, Notícias de uma guerra particular é um amplo e contundente retrato da violência no Rio de Janeiro. Flagrantes do cotidiano das favelas dominadas pelo tráfico de drogas alternam-se a entrevistas com todos os envolvidos no conflito, entre traficantes e policiais - incluindo moradores que vivem no meio do fogo cruzado e especialistas em segurança pública. A realidade da violência é apresentada sem meio-tons e da forma mais abrangente possível, tornando patente o absurdo de uma guerra sem fim e sem vencedores possíveis. (site 2001video)

19 de maio – Ônibus 174 (2002, 130 min.) – José Padilha. No dia 12 de junho de 2000, um ônibus cheio de passageiros é seqüestrado no Rio de Janeiro, em plena luz do dia. O seqüestrador, Sandro do Nascimento, aterroriza suas vítimas durante quatro horas e meia enquanto todo o país assiste ao drama levado ao vivo pela TV brasileira. Baseado numa extensa pesquisa sobre a cobertura do crime, com entrevistas e documentos oficiais, ÔNIBUS 174 é uma investigação cuidadosa do seqüestro - focalizando Sandro do Nascimento, sua infância, e como ele inevitavelmente estava destinado a se tornar um bandido. (site 2001video)

26 de maio - Jogo de cena (2006, 107 min.) – Eduardo Coutinho. Atendendo a um anúncio de jornal, oitenta e três mulheres contaram suas histórias de vida num estúdio. Em junho de 2006, vinte e três delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhidas. O que está em discussão é o caráter da representação. Neste filme, o jogo a ser jogado inclui pelo menos três camadas de representação: primeiro, personagens reais falam de sua própria vida; segundo, estas personagens se tornam modelos a desafiar atrizes; e, por fim, algumas atrizes jogam o jogo de falar de sua vida real. (André Nigri, no site 2001video)


FILMES DE JUNHO

2 de junho – O criado (1963, 112 min.) – Joseph Losey. O roteiro de Pinter, tipicamente elíptico e oblíquo, e a direção vibrante e cáustica de Losey oferecem uma análise cínica das relações de classe, sexo e poder na Londres dos anos 60. Tony é um jovem e afetado solteiro de classe alta que contrata o criado Barrett. Aos poucos, o servo passa a dominar toda a existência do patrão e o destrói lentamente. A relação de submissão é alterada gradualmente, mas ambos continuam presos à rede de exploração mútua, sensação acentuada pela câmera de Douglas Slocombe, que explora sinuosamente o espaço claustrofóbico da casa avarandada e a transforma em uma gaiola luxuosamente decorada. Engraçado, sinistro e provocante, O criado mantém o poder de causar desconforto. (Schneider, 1001 filmes para ver antes de morrer)

9 de junho - O discreto charme da burguesia (1972, 102 min.) – Luís Buñuel. O discreto charme da burguesia, a obra-prima cômica de Luís Buñuel – sobre três casais prósperos que tentam, mas nunca conseguem, sentar e comer juntos – é possivelmente o mais bem-acabado e executado de todos os seus filmes franceses da última fase. (Schneider, 1001 filmes para ver antes de morrer)

16 de junho - São Bernardo (1972, 113 min.) – Leon Hirszman. Baseado no romance de Graciliano Ramos e com trilha sonora de Caetano Veloso, o filme acompanha a trajetória de Paulo Honório, um modesto caixeiro-viajante que enriquece, valendo-se de métodos violentos, compra a fazenda São Bernardo e contrata casamento com Madalena, a esclarecida professora da cidade. O conflito se estabelece quando Madalena não aceita ser tratada como propriedade. Com atuações marcantes de Othon Bastos e Isabel Ribeiro, o filme, que estreou em 1972, tornou-se um clássico do cinema brasileiro. (site 2001video)

23 de junho - Tudo bem (1978, 110 min.) – Arnaldo Jabor. Vencedor dos troféus Candango de melhor filme e melhor ator coadjuvante (Paulo César Peréio) no Festival de Brasília de 1978, Tudo bem acompanha as reviravoltas na vida de uma família da classe média carioca, que resolve reformar seu apartamento em Copacabana e fica "cercada de Brasil por todos os lados", como definiu o próprio Jabor. No apartamento em reforma convivem o casal (Fernanda Montenegro e Paulo Gracindo), seus filhos (Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães), as empregadas (Zezé Mota e Maria Sílvia), além dos pedreiros vividos por Stênio Garcia e José Dumont, entre outros. (Folha Online)

30 junho - Edukators (2006, 127 min.) – Hans Weingartner. Do diretor alemão Hans Weingartner (o mesmo de O Som das Nuvens), Edukators é um filme político que debate e critica a mentalidade capitalista e suas conseqüências no mundo contemporâneo. O filme, que foi muito discutido no circuito alternativo nacional e internacional, recebeu uma indicação ao European Film Awards em 2004 de melhor ator para Daniel Bruhl e fez sucesso no Festival de Cannes 2004. Com um roteiro nada previsível, atuações incomparáveis (principalmente por parte de Daniel Bruhl e Julia Jentsch), trilha sonora rica (destaque para a versão de Jeff Buckley para “Hallelujah”) e com um final espetacular e infalível, Hans Weingartner mostra a força do cinema alemão contemporâneo. (Sula Carvalho, Delfos)

FILMES DE AGOSTO

4 de agosto - Quanto mais quente melhor (1959, 120 min.) – Billy Wilder. Esta lendária comédia de transformismo é sensacionalmente engraçada, fervilhando do início ao fim de situações geniais, gags elaboradas com inteligência, timing perfeito e interpretações excelentes. A trama: Dois músicos de jazz em uma maré de azar, Joe e Jerry testemunham o Massacre do Dia de São Valentim e fogem de Chicago junto com uma banda só de mulheres, cujo destino é Miami, disfarçados de “Josephine” e “Daphne”. Considerado pelo American Film Institute a melhor comédia de todos os tempos. (Schneider, 1001 filmes para ver antes de morrer)

11 de agosto - Um dia muito especial (1977, 110 min.) – Ettore Scola. No engraçado e humano Um dia muito especial – um tour de force de interpretação de Sophia Loren e Marcello Mastroianni – Antonietta e Gabriele nunca chegam a formar um casal, mas seu breve encontro ilumina a tela com uma espécie de radiação que você só consegue com grande atores que também são grandes estrelas. Um dia muito especial se passa no dia da visita oficial de Hitler a Roma, em 1938, quando ele foi recepcionado de forma gigantesca, histericamente entusiástica, por Mussolini, pelo corpo diplomático, por líderes industriais italianos (cujos nomes ainda são familiares) e por 90 por cento da população da cidade. (Vincent Canby, The New York Times)

18 de agosto - Mulheres à beira de um ataque de nervos (1988, 89 min.) – Pedro lmodóvar Os enganos e confusões, assim como as situações de vaudeville fazem com que o filme pareça uma comédia farsesca, mas o toque firme de Almodóvar está presente para fazer com que as coisas sejam diferentes, com sua exaltação do kitsch, as cores berrantes e as hipérboles. Para além de seu humor delirante, Mulheres... é um tocante monólogo feminino sobre a felicidade e a solidão. (Schneider, 1001 filmes para ver antes de morrer)

25 de agosto - A batalha de Argel (1965, 117 min.) – Gillo Pontecorvo. Gillo Pontecorvo trouxe seu intelecto, firmes crenças políticas e experiência pessoal a este thriller político, seminal e eletrizante, que reconta a sanguinolenta luta da Argélia por sua independência da França. A ação acontece entre 1954 e 1962 no estilo econômico e autêntico dos documentários dramáticos, com um elenco de atores não-profissionais, filmado e narrado como se fosse um cinejornal. Ganhador do prestigioso Leão de Ouro no Festival de Veneza, A batalha de Argel foi um dos filmes mais influentes produzidos na Itália na década de 60 e não perdeu um pingo de seu poder apaixonado. (Schneider, 1001 filmes para ver antes de morrer.)


FILMES DE SETEMBRO

1° de setembro – Lugar nenhum na África (2001, 141 min.) – Caroline Link. É raro encontrar um filme em que você imediatamente se deixa levar pela história. Lugar nenhum na África é um filme assim – ele conta a história de uma família judia-alemã que escapa dos nazistas e vai viver e trabalhar numa fazenda no Quênia. O estilo de Link permite que a narrativa flua como fluem as lembranças, e embora haja altos momentos dramáticos, eles não estancam a narrativa; ao contrário, fazem parte do ritmo da vida africana, e são unidos pela cena do sacrifício de um cordeiro e por uma cerimônia ritual que dura a noite toda e que nunca será esquecida pela garota da família. O filme ganhou cinco prêmios na Alemanha, incluindo melhor filme, e recebeu o Oscar de filme estrangeiro. (Roger Ebert, Chicago Sun Times)

8 de setembro – Terra de ninguém (2001, 98 min.) – Danis Tanovic. O filme de Tanovic é um retrato contundente de como os objetivos militares se perdem no próprio lugar do conflito (a ação se passa nos Bálcãs). (...) Os personagens são vítimas de um jogo de interesses muito grande, que é a combinação de impulsos religiosos, políticos, étnicos e principalmente nacionalistas. (...) É uma história sombria, mas que foi transformada em uma significativa experiência cinematográfica, partilhada ao longo de uma tenebrosa comédia de erros onde patriotas enfeitam suas baionetas simbólicas uns com os outros. (Schneider, 1001 filmes para ver antes de morrer.)

22 de setembro - Do outro lado (2007, 122 min) – Fatih Akin. O diretor Akin é alemão, filho de pais turcos, e as duas culturas estão em constante fusão em sua obra. Do outro lado toca na questão política, mas não é um filme político. Faz críticas sociais, embora não chegue a traçar um panorama cultural. Mais do que a engenhosa história, o que impressiona é o esmero com que o cineasta desenha seus personagens. (Susana Uchoa Itiberê)

29 de setembro – A sombra de uma dúvida (1943, 108 min.). Um dos melhores filmes de Hitchcock dos anos 40, com Joseph Cotten como o infame assassino da “Viúva Alegre”, que se refugia na casa de sua irmã numa cidadezinha da Califórnia. O filme não é apenas psicologicamente surpreendente, mas é também uma dissecação aguda da vida do americano médio. Será que o Tio Charlie é tudo que essa família merece, quando garotas adolescentes sonham com uma vida romântica e homens de meia-idade discutem sem parar crimes horrorosos? Engraçado, envolvente e admiravelmente fotografado por Joe Valentine, é uma jóia pequena, mas memorável. (GA, Time Out)


FILMES DE OUTUBRO

6 de outubro – O homem errado (1956, 105 min.). O homem errado é um dos filmes mais desoladores da carreira de Hitchcock. Fotografado em preto-e-branco, com um realismo quase documental, o filme é baseado em uma história real. Ele explora um dos temas eternos do diretor, o de um homem acusado por um crime que não cometeu. Hitchcock transmite de forma brilhante com que presteza os procedimentos de acusação e encarceramento conspiram para conferir uma sensação de culpabilidade mesmo aos inocentes. Em uma seqüência magistral, que faz uso da câmera subjetiva, vemos o personagem sofrer a humilhação de ser autuado, revistado e ter as impressões digitais tiradas, a tinta suja em suas mãos parecendo uma confirmação da sua culpa. (Schneider, 1001 filmes para ver antes de morrer.)

13 de outubro – Frenesi (1972, 116 min.) Hitchcock voltou à Inglaterra em 1972 para colaborar com o dramaturgo Anthony Shaffer em uma versão filmada do romance Goodbye Piccadilly, Farewell Leicester Square. Mais uma vez Londres é atormentada por um serial killer similar a Jack, o Estripador. Hitchcock obtém uma mistura exata de fascinação lasciva e horror genuíno ao mostrar a atitude inglesa diante dos assassinatos – algo que também é uma grande parte de sua própria obsessão. (Schneider, 1001 filmes para ver antes de morrer.)

20 de outubro – Terra estrangeira (1995, 100 min.) – Walter Salles. Em 1990, o recém-eleito presidente Fernando Collor de Mello congelou a poupança de todo o país. A perspectiva de um futuro sombrio levou centenas de brasileiros a procurar uma saída – o aeroporto. Os efeitos dessa política econômica predatória são o ponto de partida de Terra Estrangeira, filme de Walter Salles e Daniela Thomas. A trilha sonora de José Miguel Wisnick e a belíssima fotografia em preto-e-branco de Walter Carvalho contribuem para o clima noir que percorre o filme. (ZAZ)

27 de outubro – Exílios – Tony Gatlif. Zano e Naïma são jovens parisienses, ambos de origem argelina, ambos afastados de suas famílias e de suas raízes de modos diferentes, e ambos insatisfeitos com suas vidas. Uma manhã, Zano sugere que eles façam uma viagem para a Argélia – a pé. É uma longa viagem através da França e da Espanha para chegar a seu destino, mas a viagem que eles fazem dentro deles mesmos é ainda maior. No papel, haveria pouco para distinguir Exílios de centenas de road-movies semelhantes sobre personagens sem raízes em busca de significado para suas vidas, mas nas mãos de Tony Gatlif – um francês de origem cigana e argelina – a história um tanto esquemática de uma viagem em direção à auto-descoberta torna-se algo muito mais pessoal e vital. (DVD Times).

FILMES DE NOVEMBRO

3 de novembro - Aviso aos navegantes (1950, 113 min.) – Watson Macedo. Uma das melhores chanchadas carnavalescas do cinema brasileiro, Aviso aos navegantes reúne elenco, diretor e técnicos que foram os responsáveis pelo grande sucesso desse gênero de comédia produzida pela Atlântida nos anos 40/50. Mesmo influenciado pelas comédias americanas Transatlântico de luxo (Luxury Liner), EUA, 1944, de Richard Whort, e Romance em alto mar (Romance on the right seas, it's magic), EUA, 1948, de Michael Curtiz, Aviso aos navegantes tem um imenso sentido de brasilidade, como numa fala em que o personagem de Oscarito diz que está louco para voltar a morar em Madureira, passear em Niterói e sambar a noite inteira. E não é por menos que o Concerto número um de Tchaikovsky, interpretado com toda a pompa pelo pianista Bené Nunes, no final descamba para um tremendo samba rasgado. (Eduardo Giffoni Florido)

10 de novembro – À meia-noite levarei sua alma (1964, 81 min.) – José Mojica Marins. Este thriller gótico psico-sexual do autor brasileiro de horror José Mojica Marins representa a primeira aparição do protagonista do mal, Zé do Caixão. Ele é um coveiro que atormenta os residentes de uma pequena cidade. Zé está à procura de uma mulher que lhe dará um filho e preservará seu reino de terror. O estilo de Marins mistura surrealismo genuíno com elementos do horror clássico fantasmagórico e cenas de pura (e às vezes um tanto sádica) exploração. (Facets Multimedia)

17 de novembro - A carruagem de ouro (1952, 103 min.) – Jean Renoir. A trama superficialmente frívola e farsesca esconde uma obra madura e até mesmo melancólica sobre a relação tensa entre amor, arte e vida. François Truffaut o chamou de “o filme mais nobre e refinado de todos os tempos... ele é todo finesse e delicadeza, graça e frescor... um filme sobre o teatro dentro do teatro.” Antonio Vivaldi fornece a trilha e Claude, irmão de Renoir, é responsável pela bela fotografia colorida. (Schneider, 1001 filmes para ver antes de morrer)

24 de novembro – Barry Lyndon (1975, 183 min.) – Stanley Kubrick. Filmado por John Alcott usando apenas luz natural, quase sempre na “hora mágica” – o momento do dia em que a luz possui uma nebulosidade perfeita –, e fazendo uso inovador de luz de velas para os interiores, as imagens de Barry Lyndon possuem uma grande beleza, mas sua perfeição é conjugada com a turbulência interior dos personagens aparentemente congelados. Kubrick é muitas vezes acusado de não expressar emoções, mas a sua contenção aqui é ainda mais tocante. (Schneider, 1001 filmes para ver antes de morrer.)

FONTE:
http://www.tibagi.uepg.br/uepgnoticias/noticia.asp?Page=6058

Aproveitem...

Abraço!
Angelis