30 de dezembro de 2009

Tristão e Isolda



...continuando com a literatura medieval adaptada para o cinema...


…Tristão e Isolda
Um dos contos mais antigos da humanidade que sobreviveu até os nossos dias. Alguns vestígios da lenda de Tristão e Isolda sugerem suas primeiras formas acerca de 1 milênio a.C. Contavam na Irlanda que um herói chamado Drustan, em suas andanças, chegou certo dia a uma colina, aonde encontrou uma moça loira que chorava. Perguntou-lhe o motivo, e ao que ela respondeu que seu pai a obrigara a casar com um gigante, que deveria buscá-la naquele local, o herói se propôs a matar o gigante. E o fez, fugindo em seguida com a moça.
Isold, em gaélico arcaico (gaélico é a língua dos povos irlandeses) significa “a loira”, com o passar do tempo tornou-se uma princesa, uma fada princesa. É que os celtas tínham o hábito de chamar toda e qualquer ilha de “outro mundo”, e a Irlanda é uma ilha, afinal de contas, contendo inclusive gigantes e dragões. Problema grave!
Mas aí chegou Tristão (em inglês e francês Tristan), deu cabo do gigante, depois do Dragão, e conquistou uma fada como esposa para seu tio, o Rei Marcos da Cornualha. Não fosse o maldito filtro do amor, que os protagonistas tomaram por engano, a história seria mais um conto de fadas para crianças. Mas aí começa a rolar um adultério, uma paixão mágica, impossível de ser desfeita. Feitiço, mesmo! E um desfecho fúnebre. Os amantes são enterrados juntos, e os ramos de flores que nascem de seus túmulos estão até hoje entrelaçados (dizem).
Depois que Nietzche veio com aquela história de eterno retorno fundamental nas religiões, a psicologia começou a revalorizar a mitologia, e as ciências humanas começaram a se interessar por religião… o símbolo foi, aos poucos, voltando a obter espaço na produção cultural do Ocidente.
Durante a depressão da Segunda Guerra Mundial, Jean Delannoy dirigiu uma adaptação para a modernidade da lenda de Tristão e Isolda, chamava-se ‘O Eterno Retorno’ (1943), sugerindo que a humanidade, sem perceber, repete seus mitos, comete os mesmos erros, e se seduz pelas mesmas coisas, como o adultério. O filme é simbólico, triste e malicioso. Alguns sugerem até uma representação da França sob opressão da Alemanha nazista.
Em 2006, uma produção de Ridley Scott, dirigida por Kevin Reynolds, trouxe de volta a trama para o hambiente medieval, mas sem dragões ou filtros do amor. A adaptação tenta tornar a história realista, possível. Dá importância à sociedade medieval e a tensões políticas, fazendo um contrasenso entre isto e a importância do amor acima de tudo.
Ana Elisa

27 de dezembro de 2009

O GATO DOS SONHOS



Antes de botões, deuses e contos de fadas para adultos, Neil Gaiman criou aquele que se tornaria febre entre os fãs de Histórias em Quadrinhos (HQ): Sandman.


Sandman, Dream, Sonho, Morpheus, Príncipe das Histórias, Oneiros, Modelador, Tecedor de Histórias, Gato dos Sonhos entre tantas outras denominações, é um dos sete perpétuos que nomeou a série que deu origem a primeira grande obra de Gaiman. Os perpétuos são manifestações antropomórficas de aspectos comuns a todos os seres vivos: Destino, Morte, Sonho, Destruição, Desejo, Desespero e Delírio.



A série é composta por 10 arcos (como se fossem tomos) lançados no Brasil, com os seguintes títulos:
1. Sandman: Prelúdios & Noturnos (The Sandman #1-8, 1988-1989)
2. Sandman: A Casa de Bonecas (The Sandman #9-16, 1989-1990)
3. Sandman: Terra dos Sonhos (The Sandman #17-20, 1990)
4. Sandman: Estação das Brumas (The Sandman #21-28, 1990-1991)
5. Sandman: Um Jogo de Você (The Sandman #32-37, 1991-1992)
6. Sandman: Fábulas & Reflexões (The Sandman #29-31, 38-40, 50, Sandman Special #1 and Vertigo Preview #1, 1991, 1992, 1993)
7. Sandman: Vidas Breves (The Sandman #41-49, 1992-1993)
8. Sandman: Fim dos Mundos (The Sandman #51-56, 1993)
9. Sandman: Entes Queridos (The Sandman #57-69 and Vertigo Jam #1, 1994-1995)
10. Sandman: Despertar (The Sandman #70-75, 1995-1996)

Os críticos dizem que Gaiman elevou este HQ a um nível literário, cujo gênero é o terror. A obra possui muitas características literárias de qualidade como os tempos: tempo do sonho, tempo da realidade, tempo do inconsciente, que vamos entendendo melhor no decorrer da história, além das belíssimas descrições.

“Pela centésima vez desde que recuperei a algibeira, eu toco a areia dentro dela. Ela escorre por entre os meus dedos. Sinto cada grão, inesgotável. Infindável como eu, como os pontos da minha espécie. Infindável... tal qual a noite, sempre um solitário, mas aqui, nas parais noturnas do sonho, a solidão flui sobre mim em gotas que envolvem e arrastam meu espírito.” (Sandman #7)

Tudo que ocorre com os perpétuos implica diretamente na vida dos humanos. A prisão de Sonho, por exemplo, no inicio da série, gera uma série de transtornos no mundo todo, como doenças e distúrbios relacionadas ao sono.



A atmosfera é aterrorizante e as personagens apresentam dramas existenciais complexos. As mentes de todos os seres humanos estão ligadas ao reino de Morpheus e suas almas vão para lá quando dormem. É Sandman quem controla este universo enquanto as pessoas sonham e guarda o imaginário de cada sonhador: “Ele possui tantas denominações e formas quanto os devaneios concebidos em seu reino e semeados entre os mortais.”(Neil Gaiman, Sandman # 7)



Todos os arcos foram publicados no Brasil por diversas editoras. Hoje, os exemplares podem ser encontrados apenas em lojas especializadas do ramo ou em sebos. Para aqueles que gostam de HQ, mas está cansado de clichês, fica aqui esta belíssima sugestão!!!
Ana Carla Bellon

23 de dezembro de 2009

Divulgação

Olá!

Hoje vou fazer um post de divulgações! No último dia 14 foi ao ar, através da Paraná Educativa, uma matéria sobre a vinda de alunos participantes do projeto, premiados no II Festival de Literatura e cinema, que vieram até Ponta Grossa no dia 03 de novembro para ir ao cinema, alguns deles pela primeira vez.

Sobre o passeio nós já falamos por aqui, mas vale a pena dar uma olhada na matéria, que nos mostra a sensação dos alunos com a novidade, assim como depoimentos deles sobre a expectativa de assistir a um filme no cinema e temas que trabalharam durante o trabalho com literatura e cinema.

Além disso, é possível conhecer uma grande apoiadora nossa, a vice-diretora do Colégio Duque de Caxias, Verônica, que fala um pouquinho sobre o projeto na escola.

Segue o link da íntegra da II Edição do Jornal da Educativa, confira:

http://www.rtve.pr.gov.br/modules/debaser/player.php?id=4235

E nesta semana foi noticiado no site oficial do programa Universidade Sem Fronteiras a nossa contemplação com o terceiro lugar do prêmio de extensão universitária, lá (http://www.usf.pr.gov.br) você pode ficar atualizado sobre as notícias dos outros projetos pertencentes ao USF, além de trocas de experiências e ações de integração, o que esclarece o funcionamento dos diversos projetos.

Assim, demonstramos nossa alegria em ver o projeto sendo divulgado, e principalmente, mostrando resultados de ações que desenvolvemos em grupo durante todo o ano.

Até a próxima!

Katrym

20 de dezembro de 2009

Boca do Lixo: A Hollywood dos pobres

No final da década de 60 até o início dos anos 80 existiu em São Paulo, A Boca do Lixo, localizada na Rua do Triunfo, esquina com Rua Vitória no bairro de Santa Ifigênia, “A Boca” como era chamada por seus freqüentadores, foi um pólo da produção cinematográfica brasileira.

Com a criação da lei de obrigatoriedade de exibição de filmes nacionais em 1968, criou-se uma enorme demanda por filmes nacionais. O governo criou então a Embrafilmes, instrumento de incentivo do estado, mas que apenas financiava a elite do Audiovisual, à margem do financiamento estatal e preenchendo uma lacuna por filmes populares, surgiu a Boca do Lixo.

As produções eram filmes B, embora tenha ficado relacionada ao gênero da pornochanchada, na Boca eram produzidos faroestes, cangaços, kung-fus, melodramas e aventuras de segunda linha. Os produtores eram comerciantes, donos de postos de gasolina, ou qualquer pessoa que interessasse por filmes e que tivesse dinheiro e o público eram os trabalhadores das classes mais populares.

Roteiristas, produtores, técnicos e atores freqüentavam a rua Triunfo, mais especificamente o lendário Restaurante/bar chamado Soberano. Era o ponto de encontro, lá fechavam contratos, surgiam roteiros de última hora, e simples operários tornavam-se ilustres figurantes. Por ficar próxima às estações rodo e ferroviária da Luz e contar com uma rede de casas e hotéis baratos, a Boca era uma região de passagem, aglomerando toda espécie de malandro e jogados à sorte que se possa pensar, esses tipos eram a mão de obra e muitas vezes as mentes criativas das produções.

Entre 1970 e 1980 a média de produção de filmes nacionais era de 90 filmes por ano, a Boca do lixo era responsável por 40% disso, ou seja, o cinema marginal disputava o mercado com a elite do cinema brasileiro.

No início dos anos 80 juntamente com os últimos anos da ditadura, teve começo a decadência da Boca. Com a abertura do regime, a lei de obrigatoriedade da exibição de filmes nacionais teve um abrandamento, muito por pressão de distribuidoras internacionais. Outro motivo foi o gosto do público, entrando em contato com outros gêneros e tecnologias, e com o início dos blockbusters, as pessoas deixaram de prestigiar a produção nacional, fato esse que só veio a ter alteração há pouco tempo.


Esta noite ou nunca

ou A maldição da Rua Triunpho


Uma boa dica para quem quiser saber mais sobre este capítulo do cinema brasileiro o livro “Esta noite ou nunca ou A maldição da Rua Triunpho” do escritor paulistano Marcos Rey, publicado em 1985. Irônico, patético, mordaz e ao mesmo tempo realista e romântico: a história de um escritor marginalizado pelas censura e ditadura, que para sobreviver acaba se tornando um roteirista de filmes de pornochanchadas na Rua do Triunfo, a subdesenvolvida Hollywood dos anos 70.

Marcos Rey inspirou-se em sua própria experiência para recriar com muito estilo o clima maldito dos cenários e personagens daquela época: atrizes sexys, diretores de filmes, salas de cinemas, falsos moralistas, pseudos-intelectuais, detetives, homens-bala, doleiros, agentes da repressão, strippers, escoteiros, a Boca do Lixo, as boates da Vila Buarque. O personagem narrador do romance é o roteirista, e além de nos conduzir por sua história maldita, também explica como construir bons roteiros de comédias daquele gênero de filme. Em suma, uma curtição literária cinematográfica para quem se fartou do comedidos das velhas receitas. Um tema sério como o de “Esta noite ou nunca”, quase trágico, permite essas coisas. Só o superficial tem de ser obrigatoriamente sisudo.


Kleber Bordinhão

16 de dezembro de 2009

Indicações ao Globo de Ouro de 2010


Nesta última terça-feira, 15 de dezembro, foram divulgados os indicados ao Golden Globe Awards (Globo de Ouro) de 2010. O evento, que no próximo ano completará sua 67°edição entrega seus prêmios a quem considera (a partir de votos de jornalistas e profissionais da área) os melhores profissinais ou expressões do cinema e da televisão. Os vencedores, geralmente são os cotados a receber o Oscar, ainda considerado o maior prêmio para o cinema.
As categorias premiadas no cinema são: drama, musical ou comédia, animação, filme estrangeiro, diretor, roteiro, música original, trilha sonora, ator, atriz, ator coadjuvante, atriz coadjuvante. Para a televisão as categorias premiadas são: série (drama), série (musical ou comédia, ator de série, atriz de série, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, minissérie ou telefilme, ator e atriz de minissérie ou telefilme.
A grande promessa é o filme Amor sem Escalas do diretor Jason Reitman, que concorre a seis indicações. Tarantino, concorre ao prêmio de melhor diretor com Bastardos Inglórios, que disputa também como melhor drama e roteiro. Clint Eastwood, que recentemente foi condecorado pelo presidente francês com o título da Legião da Honra Francesa, concorre como melhor diretor por Invictus.
Os dois filmes assistidos pela equipe do Projeto Literatura e Cinema na Formação Humana e pelos alunos de São Matheus do Sul no cinema em Ponta Grossa como premição do Festival de Cinema e Literatura realizado no Colégio Duque de Caxias, concorrem ao Globo de Ouro. Up - Altas Aventuras, concorre ao prêmio de melhor animação e trilha sonora. Distrito 9, de Neill Blomkamp e Terri Tatchell concorre ao melhor roteiro.
Agora é só aguardar aos resultados, que serão divulgados no dia 17 de janeiro.




Amanda.

13 de dezembro de 2009

Refilmar o terror: novo filão do cinema

Os Pássaros de Alfred Hitchcock tem refilmagem prevista para 2011.




A ausência de grandes argumentos fílmicos dentro do gênero suspense/terror tem exercido nas últimas temporadas a refilmagem de produções emblemáticas de temporadas passadas no cinema.

O clássico "O Massacre da Serra Elétrica" (1974) de Tobe Hopper ganhou uma adaptação em 2003. Atualmente a Twisted Pictures, produtora do sequencial “Jogos Mortais”, que chegou ao seu sexto filme, está em processo de negociação com a Platinum Dunes, majoritária do filme “Sexta Feira 13” para aquisição da franquia. Outra refilmagem de um clássico do terror tem previsão de estréia para abril de 2010 – “A Hora do Pesadelo”, dirigido por Samuel Bayer. A mesma Dunes produtora da saga de Jason deverá refilmar brevemente o terror “O Bebê de Rosemary” de Roman Polanski que originalmente foi lançado no cinema em 1968.

Atualmente até mesmo o mestre do suspense o diretor inglês Alfred Hithcock (1899-1980), terá uma de suas maiores produções refilmadas. “Os Pássaros”, original de 1963 terá uma nova versão prevista para lançamento em 2011. A Universal detentora dos direitos do filme enfrenta problemas para a realização da refilmagem, pois Martin Campbell (007 Casino Royale) o nome mais cotado para a direção acabou abandonando a produção. Com George Clonney no papel de Mith Brenner o filme deverá ter uma das marcas mais comuns as refilmagens do terror /suspense dentro do cinema moderno: a dos atores com forte apelo publicitário dentro da indústria cinematográfica. Anteriormente outro clássico de Hitchcock teve seu remake levado ao cinema em 1998 pelo diretor Gus Van Sant – “Psicose” (1960). Aliás, a produção conseguiu faturar três prêmios no Framboesa de Ouro 1999 (festival que premia os piores filmes produzidos ao longo de um ano): pior filme, pior remake/sequência e pior atriz para Anne Heche.

Ao refilmar um clássico cinematográfico do passado muitas questões são exercidas dentro da dicotomia (original x remake), não são apenas os elementos técnicos, afinal para quem conhece a produção original a comparação é inevitável, sempre pendendo para o lado do filme “original”. A originalidade e a criação são fatores essenciais dentro da sétima arte – assim, as refilmagens começam com dois pontos de déficit neste cenário.





Bruno Scuissiatto

11 de dezembro de 2009

Prêmio de Extensão Universitária 2009

O Projeto "Literatura e Cinema na Formação Humana" recebeu nesta última quarta-feira, dia 09 de dezembro, o terceiro lugar no Prêmio de Extensão Universitária. A premiação é promovida anualmente pela pró-reitoria de extensão e assuntos culturais da Universidade Estadual de Ponta Grossa e abrange todos os projetos de extensão da universidade.

Nós da equipe ficamos muito satisfeitos, pois no ano passado recebemos o segundo lugar!!!
Confiram no link abaixo a divulgação da premiação com os demais ganhadores!

http://www.tibagi.uepg.br/uepgnoticias/noticia.asp?Page=7471


Alguns dos integrantes do projeto no dia da premiação.



Acima, a coordenadora do projeto recebendo o prêmio.




9 de dezembro de 2009

Breve introdução à literatura medieval

Antes da romanização e cristianização os povos que habitavam a Europa Ocidental não tinham escrita. Haviam códigos como o Ogam celta e as Runas germânicas, mas eram de uso exclusivo das religiões. A maioria destas religiões não deixou vestígios escritos de sua existência, vigorava uma valorização da palavra falada, ou melhor, cantada.
Os encarregados de transmitir a cultura de forma oral eram os bardos, músicos profissionais itinerantes que ganhavam seu sustento viajando de vilarejo em vilarejo e de corte em corte, recontando fábulas seculares, algumas até milenares.
No entanto, do contato com os invasores romanos, resultou o sincretismo cultural que foi a civilização medieval, e lentamente a cultura oral perdeu status em favor da cultura escrita. Os bardos perduraram, mas por motivos diversos interessou aos senhores feudais a produção escrita destes contos. Entre o séculos IX e XII, estes senhores foram mecenas de muitos poetas que deixaram um legado literário marcante, intitulado como literatura cavaleiresca.
Este estilo literário bebeu da literatura grega e latina, como de Homero e Ovídio, pode ser entendida em algumas subdivisões tais como as Canções de Gesta produzidas na França (das quais se pode citar a Canção de Rolando), a Matéria da Bretanha (com a Demanda do Graal como uma das mais importantes realizações), e a posterior produção trovadoresca.
As duas primeiras subdivisões adaptavam os contos anteriores à invasão romana e à cristianização, transformando heróis de um passado pagão em membros das elites feudais – cuja ocupação na sociedade era as armas e a guerra. Tornaram-se guerreiros empreendendo grandes aventuras em nome da cristandade. Os contos nativos viajaram todo o continente Europeu, ficando famosos em longas distâncias.
Outro aspecto da literatura medieval era o romance, melhor ilustrado pela literatura trovadoresca. Nesta o protagonista continua sendo o cavaleiro, mas como desencadeadora de todas as suas aventuras e vicissitudes estão as damas, de alta posição ou de caráter feérico, mas sempre inacessíveis. No século XII chegou a ser escrito por André Capelão um Tractatus de Amore (Tratado de amor cortês), que ditava as formas corretas de expressão do amor.
Com esta introdução, proponho uma análise da manutenção e das transformações por que passa a literatura medieval em suas adaptações ao cinema.

Ana Elisa Bantel