30 de abril de 2010

Dia da Cultura Sem Fronteiras

Olá!!

Neste ano, além das intervenções em sala de aula, o projeto tem como grande objetivo a realização do Dia  da Cultura Sem Fronteiras, que contará com várias atividades destinadas à comunidade de São Mateus do Sul.

Entre essas atividades estarão a realização de oficinas, as quais tanto alunos da UEPG quanto a comunidade em geral poderão ministrar.O tema deve estar ligado à cultura, e se você tiver interesse entre em contato conosco através do e-mail literaturaecinemausf@gmail.com e obtenha maiores informações!

Além disso, em breve lançaremos editais para concursos de curta-metragens e contos, também com categoria para a comunidade e para alunos da rede pública de ensino.

Falando em curta-metragem, aí vai uma sugestão “Os filmes que não fiz” é uma produção bem-humorada que trata de projetos cinematográficos não realizados por um diretor, segue o link para assistir ao curta no site “Porta-Curtas”:

http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?cod=8707&Exib=5937

 

Katrym

26 de abril de 2010

Educação

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          O que realmente forma a educação de uma pessoa é a educação formal da escola/academia ou a experiência de vida? Essa é a pergunta  que cerca o longa Educação (An Education, Reino Unido 2009).

           Jenny Carey (Carey Mulligan) tem 16 anos, mora no subúrbio da Londres de 1961,inteligente e bonita, não vê a hora de tornar-se adulta, pois considera sua vida um tédio sem fim, dedicando-se apenas aos estudos e o sonho de ser aceita na universidade de Oxford, meta alimentada com furor pelos seus pais.

            Ao conhecer David (Peter Sarsgaard), que no mínimo tem o dobro da sua idade, Jenny tem contato com a vida cosmopolita de Londres e Paris, participa de leilões, festas, exposições de arte e passa a repidamente a repudiar seu estilo de vida e a questionar e si mesma e a seus pais se seu plano de universitária vale mesmo o sacrifício dos seus mais ativos anos de vida.            an-education

O clima dos anos 60 apresentado no filme é um show à parte, o espectador sente-se realmente nos primeiros anos da década que mudaria o mundo, a trilha sonora é impecável.

         O filme foi baseado em livro autobiográfico de uma conhecida jornalista inglesa, Lynn Barber, e adaptado pelo famoso escritor Nick Hornby (Um Grande Garoto, Amor em Jogo, Alta Fidelidade). O filme foi indicado ao Oscar de melhor filme, roteiro adaptado e melhor atriz.

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Kleber Bordinhão

 

22 de abril de 2010

EXPEDIÇÕES PELO MUNDO DA CULTURA

O projeto Expedições pelo mundo da cultura, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e pelo SESI Cultural está sendo realizado este ano em Ponta Grossa, no Centro de Cultura. O projeto, que já acontecia nas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá e Paranavaí, tem por objetivo a discussão e a análise de clássicos da literatura.
A orientação e a mediação são realizadas pelo filósofo e professor José Monir Nasser, sendo que a discussão é aberta a participação de todos. Os encontros são mensais e o primeiro deles já aconteceu no dia 04 de março com o livro de Fiódor Dostoievski, Crime e Castigo. No dia 08 de abril a obra discutida foi O Estrangeiro, de Albert Camus.
O valor da inscrição para cada sessão é de R$ 15,00 e os participantes recebem certificado. Se você ainda não leu as próximas obras a serem discutidas, não deixe de participar. Os encontros podem ser um incentivo ao aprimoramento do seu conhecimento literário.

Confira a programação:

06.05.10 – Em busca de sentido (Viktor Frankl)
17.06.10 – O coração das Trevas (Joseph Conrad)
12.08.10 – Apologia de Sócrates (Platão)
09.09.10 – O Vermelho e o Negro (Stendhal)
07.10.10 – Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley)
04.11.10 – 1984 (George Orwell)
02.12.10 – A Divina Comédia (Dante Alighieri)

Amanda

Feito por eles - para eles



Estreou na última semana o longa “As melhores coisas do mundo”. Com direção de Laís Bodansky, diretora dos aclamados – Bicho de sete cabeças (2000) e Chega de Saudade (2007). O filme é uma adaptação da série “ManoCidadão Aprendiz”, escrito por Gilberto Dimenstein e Heliosa Prieto.

A história do filme não traz nenhuma novidade para um espectador não atento no sentido além da temática abordada. Adolescentes em confronto com a própria fase em que vivem., cercados de descobertas, desafios e ensejos variados. Como a própria sinopse do filme descreve: Mano tem 15 anos, adora tocar guitarra, beijar na boca, rir com os amigos, andar de bike, curtir na balada. Um acontecimento na família faz com que ele perceba que virar adulto nem sempre é tarefa fácil.

O ponto alto da produção foi estabelecer uma relação fidedigna do filme com a realidade nele trabalhada. Com uma proposta de protagonizar um filme voltado para jovens, nada melhor que aceitar uma inserção coletiva deles na concepção do roteiro. Até mesmo a escolha do título do filme foi decidida em votação na internet, no mesmo compasso os protagonistas condutores da narrativa fílmica também foram escolhidos e exaustivamente testados - em uma competição com outros 2.500.

Vale destacar que a trilha musical de "As melhores coisas do mundo", traz a presença de uma canção de um beatle. Isso mesmo, Something, escrita por George Harrison. Fato inédito dentro de cinematografia nacional.

Certamente o que diferencia o longa de Laís Bodanski de outras produções dentro do universo adolescente, principalmente no cinema brasileiro é a forma como o debate entre os jovens acontece. Questões sobre preconceito, falta de respeito e a intolerância sobre o diferente são abordagens vistas dentro desta narrativa fílmica.

As melhores coisas do mundo abre um leque do cinema na atualidade: a preocupação com os prováveis espectadores. Ou ainda, com os próprios atores.



Bruno Scuissiatto





13 de abril de 2010

Racionalismo e fantasia na cultura atual

O século XIX, no ocidente, foi palco de movimentos culturais antagonistas. A racionalidade e a fantasia disputavam espaço nas mentes, e refletíam-se na realidade em produções tecnológicas e artísticas. Neste contexto assistiu-se ao apogeu do posistivismo da consolidação da ciência e surgimento de disciplinas e campos que por si só já denotavam antagonismo, como é o caso das ciências humanas, em especial a psicologia. A literatura teve grandes escolas expoentes dentro de um só século, uma em resposta ao exagero de outra, como o realismo em resposta ao romantismo. O racionalismo em resposta à fantasia.
Triste devia ser ver o exagero, seja de qual lado, sempre prevalecer. E para o romântico e o simbolista, afinal rotulados como inferiores, femininos e místicos - em contraposição à superioridade, masculinidade, objetividade e evolução do positivista – deve ter sido opressor observar as chaminés industriais, e as invenções tecnológicas, e repetir para si mesmos que a única saída era o ópium ou a tuberculose.
Dessa forma se iniciou o século XX, a luz elétrica incessante, o motor tomando conta das ruas, as cidades explodindo demograficamente e as guerras ‘civilizadas’ demandando um absurdo contingente para a morte em nome da nação e sua expansão imperialista. No entanto, o antagonismo perdurou na produção artística. A 7ª arte chegou e rapidamente ocupou o espaço de entretenimento para os fins de semana dos assalariados.
Já na década de 50 a fábrica dos sonhos alcançava interiores recônditos do Ocidente ao Oriente, e embora não estivesse presente no pólo vermelho do mundo, o cinema estava, obedecendo à missão de legitimar a luta do proletariado e as ditaduras socialistas. Com a dissolução do mundo em uma homogênea massa neo-liberalista, o consumo cultural se torna imprescindível na construção identitária de cada indivíduo, perdido entre 6 bilhões de habitantes, de um mundo que assistiu a um século de criações e desmantelamentos de estados e fronteiras.
O realismo fantástico vem representar o imaginário do ser humano renascendo em um mundo acostumado a 2 séculos de pragmatismo e racionalismo. Denota a mudança cultural que se inicia na última metade do século XX e está em processo agora mesmo nas nossas mentes e de todos a nossa volta. A arte no nosso século está acessível através do consumo, de sonhos, religiões e esteriótipos.
O imaginário emerge agora no cinema devido à falência da cultura escrita. Afinal livros demandam tempo para serem produzidos, um custo muito maior do que no século XIX e ainda estão sob o estigma do ecologicamente incorreto. Já o cinema, é imediato como a nossa necessidade de consumo dos sonhos, da cultura e de preenchimento de nós mesmos. Nos oferece a história contada
de forma maniqueísta; representações esteriotipadas do outro em cores azuis, voando em animais gigantes e lutando contra máquinas de guerra futuristas; e, de quebra, a possibilidade de conviver com vampiros, lobisomens e deuses gregos, todos muito charmosos.

11 de abril de 2010

Quem nunca foi adolescente, atire a primeira pedra!


Meninos de Deus (2002), no original The Dangerous Lives of Altar Boys, do diretor Peter Care é um daqueles filmes que marcam, que nos deixa refletindo horas e horas mais tarde, que nos convida a assistir de novo e de novo e de novo e de novo... Traz o drama da adolescência, as descobertas, o tédio, a luta contra a repressão, os segredos, os traumas, problemas familiares e, principalmente, as conseqüências.

Tim (Kieran Culkin) e Francis (Emile Hirsch) são coroinhas de uma igreja e estudam em uma igreja católica, cuja diretora a irmã Assumpta (Jodie Foster) prega os dogmas católicos a adolescentes que vivem seus dilemas de identidade. Desta forma o máximo que consegue são orações forçadas e muita, mas muita traquinagem.

O filme conta com uma história em paralelo cujos personagens foram criados pela trindade atômica, clube criado pelos colegas da escola. Com cenas animadas por Todd McFarlane,astro das HQs americanas criador de “Spawn-O Filme”. A história se passa nos anos 70, no interior dos Estados Unidos.

O filme é baseado em um livro clássico no underground norte-americano, de baseado em livro de Chris Fuhrman. Tudo vai bem, até que um dos meninos resolve extravasar toda a sua revolta e tédio seqüestrando um puma do zoológico da cidade, a teoria parecia perfeita, mas a prática lhe reservou um desfecho que marcou a cidade e a vida de todos.

A simplicidade e a bela atuação do elenco construíram este filme que guarda muitas surpresas e originalidade!

Ficha técnica:

  • título original:The Dangerous Lives of Altar Boys
  • gênero:Drama
  • duração:01 hs 45 min
  • ano de lançamento:2002
  • estúdio:Trilogy Entertainment Group / Initial Entertainment Group / Egg Pictures
  • distribuidora:ThinkFilm Inc. / Europa Filmes
  • direção: Peter Care
  • roteiro:Jeff Stockwell e Michael Petroni, baseado em livro de Chris Fuhrman
  • produção:Jodie Foster, Meg LeFauve e Jay Shapiro
  • música:Marco Beltrami
  • fotografia:Lance Acord
  • direção de arte:Geoffrey S. Grimsman
  • figurino:Marie France
  • edição:Chris Peppe
  • efeitos especiais:

Fica a sugestão!

“A ousadia faz a grandeza!”



Ana Carla Bellon

7 de abril de 2010

CINE ARTE

      O projeto Cine Arte, realizado pelo Jornal da Manhã, acontece em Ponta Grossa aos sábados, previamente divulgados, às 17h, conta com debates realizados com convidados após a exibição de filmes nacionais, além de apresentações musicais antes do início dessas.

      Neste ano a seleção de filmes foi dividida mensalmente, assim a cada mês dois filmes de conhecidos diretores brasileiros são exibidos.

         Para o mês de abril os filmes escolhidos são de Bruno Barreto ( Dona Flor e seus dois maridos e Gabriela Cravo e Canela), vale a pena prestigiar mais essa opção cultural na cidade.

       Maiores informações, http://www.jmnews.com.br/ no link Cine Arte.

DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS
Data de exibição: 10/04
Ano: 1976
Duração: 110 minutos
Sinopse: Durante o carnaval de 1943 na Bahia, Vadinho (José Wilker), um mulherengo e jogador inveterado, morre repentinamente e sua mulher, Dona Flor (Sônia Braga), fica inconsolável, pois apesar dele ter vários defeitos era um excelente amante. Mas após algum tempo ela se casa com Teodoro Madureira (Mauro Mendonça), um farmacêutico que é exatamente o oposto do primeiro marido. Ela passa a ter uma vida estável e tranqüila, mas tediosa e, de tanto "chamar" pelo primeiro marido, ele um dia aparece nu na sua cama. Então ela pede ajuda a uma amiga, dizendo que quase foi seduzida pelo finado esposo. Um pai de santo se prontifica a afastar o espírito de Vadinho, mas existe um problema: no fundo Flor quer que ele fique, pois há um forte desejo que precisa ser saciado.

GABRIELA, CRAVO E CANELA
Data de exibição: 24/04
Ano: 1984
Duração: 94 minutos
Sinopse: Bahia, 1925. Uma das maiores secas da história do Nordeste leva para Ilhéus Gabriela (Sônia Braga), uma bela retirante que com sua beleza e sensualidade conquista a todos, principalmente Nacib (Marcello Mastroianni), dono do bar mais popular da cidade, que emprega Gabriela para trabalhar em sua casa e com quem tem um caso. O relacionamento dos dois fica tão intenso que eles se casam, mas tudo parece desmoronar quando Gabriela lhe é infiel com o maior conquistador da cidade. Paralelamente, um "coronel" vai ser julgado por ter matado sua mulher com o amante. Os outros "coronéis" acham que ele tem de ser inocentado, pois houve um forte motivo para o crime, mas os tempos mudaram e determinados conceitos do passado estão sendo presentes.

       Além disso, a prefeitura municipal de Ponta Grossa disponibiliza em seu site a agenda cultural da cidade toda a semana, e só seguir o link e ficar a par das atividades culturais ponta-grossensses: http://www.pontagrossa.pr.gov.br/agendacultural.

      Em breve traremos novidades acerca das ações do projeto em São Mateus do Sul, acompanhem também o nosso twitter @literaturaecine.

    Katrym


5 de abril de 2010

O Segredo dos seus Olhos

        Benjamín Espósito (Ricardo Darín) é um funcionário público que depois de se aposentar decide escrever um romance sobre um crime não  solucionado ocorrido há 25 anos. Ele, então, decide voltar ao passa1266977638_el_secreto_de_sus_ojosdo, que trará lembranças de amor, morte e amizade, que farão repensar seu presente e futuro.

        Em flashback, ficamos sabendo da história: o estupro e morte de uma mulher que é casada com um tranquilo empregado de banco. Dois operários são presos pela polícia, que extrai uma falsa confissão. Persistente, o bancário vai atrás do verdadeiro criminoso e o persegue num estádio de futebol. A situação se complica ainda mais, pois esse sujeito é recrutado pela polícia secreta da ditadura para fazer seu trabalho sujo.

        O roteiro, baseado no romance de Eduardo Sacheri e adaptado pelo próprio diretor (Juan Jose Campanella), tem todos os elementos que enriquecem qualquer história, mas que nem sempre são usados da melhor forma. Aqui, no entanto, tudo funciona muito bem: pitadas sutis de comédia e romance com toques de suspense policial intenso, culminando com momentos sufocantes até chegar em seu final apoteótico.el-secreto-de-sus-ojos-2

        Realmente uma bela história, com um ótimo elenco e que rendeu ao cinema argentino o seu segundo oscar de melhor filme estrangeiro, o primeiro foi "A História Oficial" (1985).

Kleber Bordinhão