2 de setembro de 2009

Um país de maravilhas ou uma maravilha de país?

- Tudo bem, eu digo – respondeu Alice prontamente – pelo menos... pelo menos eu estou pensando no que vou dizer... o que é a mesma coisa, não é? - De maneira alguma! – exclamou o Chapeleiro. – É como se você dissesse que “vejo o que como” é a mesma coisa que “como o que vejo”. - Ou o mesmo que dizer que “gosto de tudo o que tenho” é o mesmo que “tenho tudo o que gosto” – explicou a Lebre. - Ou o mesmo que dizer - acrescentou o Esquilo, que parecia estar falando dormindo – que “respiro quando durmo” é o mesmo que “durmo quando respiro”. - No seu caso é a mesma coisa – afirmou o Chapeleiro.
Fragmento de “Alice no País das Maravilhas”, por Lewis Carrol





Conta a história que um estudioso, compositor de tratados matemáticos não muito conhecidos e nada além disso, um certo dia resolveu escrever a narração que costumava contar para suas irmãs mais novas; um “conto de fadas das aventuras subterrâneas de Alice...”. O livro chegou até a corte e a rainha se deslumbrou tanto com o conto que mandou chamar o seu autor para uma conversa, seu nome: Lewis Carroll.


Carroll, mais que depressa foi ter com a rainha e esta elogiou tanto aquela história intitulada “Alice no país das maravilhas” que solicitou ao estudioso que levasse suas outras histórias, já que supusera que se tratara de um escritor profissional e autor de muitas outras histórias. Lewis satisfeito com a atenção reuniu todos os seus tratados matemáticos e levou-os a rainha que, nem é preciso dizer, se decepcionou.


Desta forma se divulgava este livro que foi conhecido por várias gerações e que encanta quem o lê. Em 2010 o cinema nos promete uma nova versão desta famosa obra-prima da literatura universal destinada ao público infantil em formato cinematográfico, com a atuação de Jhonny Deep como o Chapaleiro Maluco.


“São fantasias oníricas e lúdicas sobre a realidade e a linguagem. Explorando a aparente ausência de sentido em sentenças gramaticalmente corretas, Lewis Carroll foi um dos pioneiros na pesquisa de uma nova ciência do discurso, por meio da simbolização”. Além disso, esta obra que é aparentemente destinada às crianças, esconde questionamentos de muitas espécies, lógicos ou semânticos, problemas psicológicos de identidade (a certa altura do conto, Alice já não sabe mais quem é) e até políticos, tudo isso emoldurado em aventuras fantásticas.


Como se não bastasse, o terror e a fantasia caminham lado a lado nesta horripilante e fantástica aventura. Alice desejou um mundo só seu, onde o que fosse não fosse e aquilo que não era passasse a ser, quando se vê neste mundo rodeado de “loucos” se arrepende instantaneamente e a partir daí muitas coisas passam a arrepiá-la e assustá-la e o que parecia fantasia se transforma em terror.


Convido-os a mergulhar nesta história cativante, sem se afogar no medo, quero dizer, sem medo de se afogar!!!

Ana Carla Bellon

3 comentários:

Angelis disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Angelis disse...

Ainda não conheço alguém que, tendo lido o texto ou assistido ao filme, não tenha mergulhado de vez no mundo da fantasia!

Mal posso esperar para ver essa nova versão cnematográfica!!!

Ótima postagem, Ana!

Ana Carla disse...

Valeu, Angelis!
Mesmo um pouco distante, fico feliz por vc ainda nos prestigiar!!!
Abraços