29 de junho de 2010

Romance

   O filme de Guel Arraes, Romance, num primeiro momento, a julgar pelo nome, pode suscitar dúvidas quanto ao seu conteúdo. A “surpresa” que se tem ao assistir esse filme é, no mínimo, agradável.

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   A princípio a simples história de um casal de atores que se apaixona nos ensaios de uma versão da peça “Tristão e Isolda”, o filme vai tomando contornos que confundem “vida real” e ficção, misturada com humor e ironia, que se mostram principalmente na realidade por trás do mundo do teatro e da televisão (tema já citado aqui quando do lançamento da minissérie global “Som e fúria”http://transtornando.blogspot.com/2009/07/som-e-furia.html).

   Há um revezamento na abordagem sobre o mundo do teatro e da televisão, o que pra mim se apresenta como uma das melhores caracteríticas do filme, que aborda as exigências daqueles atores que são tratados como “deuses”, a repercussão e fama imediata que alçam uma atriz, até pouco tempo desconhecida, a status de estrela apenas por sua atuação em uma novela (no caso de Ana, personagem de Letícia Sabatella, na hilariante Pérolas e porcos) e mesmo a luta de quem opta por permanecer no teatro.

   Somado ao complicado desenrolar amoroso dos personagens principais, a já citada Ana e Pedro, de Wagner Moura, o filme culmina numa espécie de junção de metalinguagem e temática interessante, que prende e agrada ao espectador.

Katrym

  

26 de junho de 2010

PARTICIPAÇÃO EM CURSINHO PRÉ-VESTIBULAR

Domingo, dia 27 de junho, a professora doutora Silvana Oliveira, uma das orientadoras do projeto, fará uma participação no Cursinho Pré-Vestibular Comunitário ofertado em São Mateus do Sul.

As aulas, ministradas por professores da rede estadual de ensino, acontecem no Colégio Estadual São Mateus, e atendem cerca de oitenta alunos e ex-alunos do colégio, com idade entre 18 e 25 anos, que buscam ingressar principalmente na UEPG, FAFI, UFPR e UTFPR.

A professora doutora Silvana Oliveira falará sobre as mudanças na nova ortografia neste domingo, e no próximo dia 04 de julho a coordenadora do projeto, professora doutora Rosana Apolonia Harmuch, falará sobre métodos para a construção de uma boa redação. Ambas as falas serão às 14h no Colégio Estadual São Mateus.

Desse modo, o Projeto Literatura e Cinema  aproxima ainda mais a universidade da comunidade são-mateuense, principal objetivo dos projetos de extensão.

23 de junho de 2010

O Encouraçado Potenkim



O encouraçado Potenkim, filme do cineasta russo Sergei Mikhailovich Eisenstein possui um ar de veracidade e de documentário inegável. Financiada pela União Soviética, a produção, filmada em 1925, se propõe a contar a história de um grupo de marinheiros que rebelam-se contra as péssimas condições de vida no navio e o autoritarismo dos comandantes. A população da cidade de Odessa os apoia e acaba sendo massacrada pelos cossacos - os soldados do czar. O filme tem como objetivo fazer referência a revolta dos marinheiros do encouraçado Potenkim, em 1905, e o faz com tanta maestria que mais tarde, quando o público e os críticos se dão conta de que o filme não era um documentário e não retratava a revolta de forma fidedigna, se decepcionam e colocam a qualidade da produção em dúvida. Eisenstein, na realidade, nunca pretendeu filmar a revolta de 1905, mas sim fazer referência a ela, ao contexto que desencadearia a Revolução de 1917, à população que participou das inúmeras revoltas. Não existem histórias individuais e personagens distintos, mas sim a história de um povo, de uma coletividade. Coletividade esta, que depois da opressão e dos abusos do governo do czar dá origem a um movimento social. Como citado acima, O encouraçado foi financiado pelo estado soviético. Nesse sentido, atingiu sua função didática de propagandista da revolução. Porém, a produção vai muito além deste aspecto. Eisenstein revoluciona e se mostra um artista no campo do cinema. Ele inaugura técnicas de movimento de câmara, de corte e montagem e de efeitos especiais, como a clássica cena das escadarias de Odessa, que servem de modelo para a produção cinematográfica até hoje.

Amanda Cieslak

20 de junho de 2010

As confissões literárias de Caio Fernando Abreu



A existencialidade de personagens que buscam sentidos para a vida e desenvolvem suas próprias versões para o mundo onde vivem. Esse é o legado proporcionado nas leituras de “Morangos Mofados”, do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu.

Certamente, esta obra, originalmente lançada em 1982, é a mais importante da bibliografia do escritor. Os contos (oito) divididos em três partes: O Mofo, Os Morangos e Morangos Mofados.

Com “Morangos Mofados” o escritor consegue sintetizar bem a proximidade dos personagens as angústias e sonhos desperdiçados de uma geração que sentia suas aspirações envelhecerem sem conseguir sentir o gosto da liberdade naquele contexto do começo da década de 80.

Os textos de Caio Fernando Abreu são uma confissão em primeira pessoa de um amante incondicional da palavra. Dedicou-se preferencialmente aos contos e sua narrativa curta talvez resida no sentido de ser um dos seguidores de Dalton Trevisan, no que tange o minimalismo da produção de Morangos Mofados.

Entre a costumeira tradição epistolar do escritor surge o nome de duas grandes escritoras brasileiras – Clarice Lispector e Hilda Hilst, como fica relatado na carta abaixo.


Hildinha, a carta para você já estava escrita, mas aconteceu agora de noite um negócio tão genial que vou escrever mais um pouco. Depois que escrevi para você fui ler o jornal de hoje: havia uma notícia dizendo que Clarice Lispector estaria autografando seus livros numa televisão, à noite. Jantei e saí ventando. Cheguei lá timidíssimo, lógico. Vi uma mulher linda e estranhíssima num canto, toda de preto, com um clima de tristeza e santidade ao mesmo tempo, absolutamente incrível. Era ela. Me aproximei, dei os livros para ela autografar e entreguei o meu Inventário. Ia saindo quando um dos escritores vagamente bichona que paparicava em torno dela inventou de me conhecer e apresentar. Ela sorriu novamente e eu fiquei por ali olhando. De repente fiquei supernervoso e sai para o corredor. Ia indo embora quando (veja que GLÓRIA) ela saiu na porta e me chamou: - "Fica comigo." Fiquei. Conversamos um pouco. De repente ela me olhou e disse que me achava muito bonito, parecido com Cristo. Tive 33 orgasmos consecutivos. Depois falamos sobre Nélida (que está nos States) e você. Falei que havia recebido teu livro hoje, e ela disse que tinha muita vontade de ler, porque a Nélida havia falado entusiasticamente sobre Lázaro. Aí, como eu tinha aquele outro exemplar que você me mandou na bolsa, resolvi dar a ela. Disse que vai ler com carinho. Por fim me deu o endereço e telefone dela no Rio, pedindo que eu a procurasse agora quando for. Saí de lá meio bobo com tudo, ainda estou numa espécie de transe, acho que nem vou conseguir dormir. Ela é demais estranha. Sua mão direita está toda queimada, ficaram apenas dois pedaços do médio e do indicador, os outros não têm unhas. Uma coisa dolorosa. Tem manchas de queimadura por todo o corpo, menos no rosto, onde fez plástica. Perdeu todo o cabelo no incêndio: usa uma peruca de um loiro escuro. Ela é exatamente como os seus livros: transmite uma sensação estranha, de uma sabedoria e uma amargura impressionantes. É lenta e quase não fala. Tem olhos hipnóticos, quase diabólicos. E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de ninguém, que está absolutamente sozinha e numa altura tal que ninguém jamais conseguiria alcançá-la. Muita gente deve achá-la antipaticíssima, mas eu achei linda, profunda, estranha, perigosa. É impossível sentir-se à vontade perto dela, não porque sua presença seja desagradável, mas porque a gente pressente que ela está sempre sabendo exatamente o que se passa ao seu redor. Talvez eu esteja fantasiando, sei lá. Mas a impressão foi fortíssima, nunca ninguém tinha me perturbado tanto. Acho que mesmo que ela não fosse Clarice Lispector eu sentiria a mesma coisa. Por incrível que pareça, voltei de lá com febre e taquicardia. Vê que estranho. Sinto que as coisas vão mudar radicalmente para mim - teu livro e Clarice Lispector num mesmo dia são, fora de dúvida, um presságio. Fico por aqui, já é muito tarde.

Um grande beijo do teu Caio.

29/12/1970


A produção de Caio Fernando Abreu foi intensa em todos os sentidos, e permeou toda a variedade de seus textos, desde os romances – “Limite Branco” (1984), “Onde Andará Dulce Veiga?” (1990), as novelas – “Triângulo das Águas” (1983), “As Frangas” (1988), “Bien Loin de Marienbad” (1994) até as peças teatrais – “O Homem a e Mancha” e “Zona Contaminada”.

Há quase doze anos atrás, em 25 de fevereiro de 1996, o Brasil perdia um dos seus pensadores mais influentes das últimas décadas do século XX. Caio Fernando Abreu foi um escritor que conseguiu com seus trabalhos ir além do impressionismo com as palavras, seus textos viscerais abrangiam a alma e o coração do leitor. Poucos conseguiram falar com tanta autoridade sobre sexo, medo, solidão e morte.

A obra de Caio Fernando Abreu continua atual, autêntica e intensa, o mundo e as pessoas continuam fragmentados, mas a esperança em acreditar nas mudanças é substancial para a perpetuação da vida: “Eu sou de uma geração muito colonizada por filmes americanos, eu sempre acredito em um happy hands, num beijo da Doris Day no final, isso é esperança”. (Caio Fernando Abreu, 1994).



Bruno Scuissiatto




14 de junho de 2010

Aulas na Fundação Cultural/Biblioteca Pública

   Hoje estivemos mais uma vez em São Mateus do Sul para ministrar aulas elucidativas sobre conto e curta-metragem para alunos do Ensino Médio.

   Tivemos a participação especial dos alunos do Colégio CESC, que estiveram presentes com a supervisão do professor Luiz Henrique Correa, ao qual agradecemos imensamente pela disposição e incentivo prestado aos alunos para que participassem das aulas e dos concursos promovidos pelo projeto.

   As duas turma de segundo ano do ensino médio presentes puderam aprender um pouco mais sobre contos e curtas, e como produzi-los. Orientados pelos acadêmicos, eles discutiram temas como narrador, espaço, produção e edição. Segue registro final da turma com os acadêmicos:

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  E nossas aulas continuam! Todas as segundas-feiras estamos na Fundação Cultura/Biblioteca Pública, pela manhã e a tarde, com aulas abertas a todos os alunos interessados.

13 de junho de 2010

Efeito Cogumelo



“A toca do coelho dava direto numa espécie de túnel que de repente descia terra adentro, tão de repente que Alice não teve nem um segundo para pensar em parar, antes de despencar em algo que parecia ser um poço muito fundo” (CARROL, 2005, p.16). No fundo deste poço, Alice encontra um fantástico país de maravilhas, isso não é novidade. O que nos chama a reflexão é o boom Aliciano que surgiu nos últimos tempos.


De repente leituras e releituras brotaram como cogumelos de todos os cantos, quer dizer, as já existentes há algum tempo e as que foram lançadas mais recentemente. Pergunto-me o porquê e imediatamente sou guiada até o filme campeão de bilheteria do diretor Tim Burton, logicamente este foi o grande responsável pela febre instalada nos mais diversos cantos do mundo... mas, ingenuamente, não me conformo.


Claro que esta explosão do clássico está sim relacionada ao filme deste ano, mas isso que os criadores do filme e a mídia toda acabou fazendo também pode estar relacionada a um fato mais subjetivo, ingênuo, talvez absurdo...


Quando chegamos ao fim da narrativa, somos tranqüilizados pela informação de que Alice estava sonhando, somos conduzidos junto com ela para a segurança da “realidade conhecida”, no entanto o país das maravilhas continua ecoando em nossa sensibilidade e hesitamos, ainda, entre acreditar ou não que aquele sonho acabou. Talvez a recorrência das leituras e releituras da Alice na cultura contemporânea, este efeito cogumelo, esteja nos dizendo sempre que aquele sonho das maravilhas de Alice, na verdade, não acabou.


A beleza, a profundidade, a versatilidade, as inesgotáveis imagens e intertextos do clássico de Lewis Carroll vive e ultrapassa gerações, assim como toda a sua relevância e significação universal.


Mais que sobrevivência, mais que eco de sucesso, mais que mídia, o clássico nos prova a sua relevância, pois por mais que haja certa massificação nesta época, a sua riqueza e toda beleza não é sufocada. A arte literária é versátil e nos oferece inúmeros caminhos para percorrer, surpresas, descobertas e maravilhas, da mesma forma vivenciada por Alice naquele estranho país que percorreu.


Ana Carla Bellon

12 de junho de 2010

OFICINAS PARA O I DIA DA CULTURA SEM FRONTEIRAS

     Convidamos aos acadêmicos da UEPG interessados em ministrar oficinas no I Dia da Cultura Sem Fronteiras, a se realizar no dia 11 de setembro de 2010, para que entrem em contato conosco através do email literaturaecinemausf@gmail.com para inscrição!

     As propostas devem ser de duração de aproximadamente uma hora e abordar a temática cultural. Aos acadêmicos será oferecido transporte até São Mateus do Sul no dia do evento.

     Lembramos também que a comunidade de São Mateus do Sul também pode se inscrever para ministrar oficinas, de acordo com os mesmo critérios citados acima.

     1- Cartaz Cultura sem fronteiras 2010

5 de junho de 2010

EDITAL CONCURSO DE CURTA-METRAGEM

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I CONCURSO  DE CURTAS-METRAGENS “CULTURA SEM FRONTEIRAS”

Projeto Literatura e Cinema na Formação Humana

Programa Universidade sem Fronteiras

Subprograma Apoio às Licenciaturas

REGULAMENTO

1.O Concurso destina-se a todas as pessoas interessadas e cada curta-metragem deve ser produzido por uma equipe, sem limite mínimo e máximo de integrantes. O tema é livre e a inscrição é gratuita;

2. O concurso será dividido em duas categorias:

a)Alunos de escola pública;

b) Demais pessoas da comunidade;

3. A inscrição deverá ser enviada, ou entregue, para a Fundação Cultural de São Mateus do Sul/ Biblioteca Pública Arlete Neves Schrann sito a Rua Dom Pedro II, 460 – São Mateus do Sul - PR, até o dia 31 de julho de 2010;

4. Os participantes deverão enviar ao endereço descrito no item 3, ou entregar no local, o seguinte material:

a) Em um envelope grande: Um CD ou DVD no qual esteja gravado o vídeo e com o nome do trabalho inscrito na parte externa.

b) Dentro do envelope deve conter outro envelope com: ficha de inscrição - que estará disponível no mesmo endereço do item 3 e com os demais organizadores, ou que pode ser solicitada por e-mail que consta no item 17 – e declaração de matrícula, caso o participante se enquadre na categoria de escola pública.

5. O curta-metragem deve ter a duração máxima de 3 minutos em qualquer formato de gravação e de qualidade.

6. O concurso é destinado a autores brasileiros, naturais e residentes em São Mateus do Sul que apresentem trabalhos totalmente inéditos em Língua Portuguesa;

7. O resultado será divulgado na imprensa, na Internet e no dia 11 de setembro, I DIA DA CULTURA SEM FRONTEIRAS, juntamente com as atividades programadas pelo projeto Literatura e Cinema na formação humana, em local a ser divulgado.

8. Os endereços para divulgação na internet são:

http://www.transtornando.blogspot.com e twitter.com/literaturaecine;

9. Os trabalhos não serão devolvidos.

10. O encaminhamento dos trabalhos na forma prevista neste regulamento implica na concordância com as disposições nele consignadas.

11. Os curtas-metragens não poderão:

(a) causar danos materiais e/ou danos morais a terceiros;

(b) constituir ofensa à liberdade de crença;

(c) revestir-se de conteúdo que implique discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional ou regional;

(d) implicar violação de norma legal;

(e) ter a intenção de divulgar produto ou serviço ou qualquer finalidade comercial;

(g) fazer propaganda eleitoral ou divulgar opinião favorável ou contrária a partido político;

(h) ter sido produzidos por terceiros.

12. Somente serão aceitas inscrições que preencham todas as condições necessárias, realizadas dentro do período estabelecido e através do procedimento previsto neste regulamento. Os dados fornecidos pelo participante, no momento de sua inscrição, deverão ser corretos, claros e precisos. É de total responsabilidade do participante a veracidade dos dados fornecidos.

13. Os trabalhos serão analisados por dois júris, um popular e outro técnico, cujas decisões serão soberanas e irrecorríveis.

14. A avaliação será realizada com base nos seguintes critérios:

a) originalidade;

b) imaginação e criatividade;

15. A premiação será da seguinte forma

1º lugar – 1 (um) DVD player portátil;

2º lugar – 1 (um) DVD e 1 (um) livro.

Poderá haver menção honrosa.

16. No caso de fraude comprovada, o vencedor será excluído automaticamente do concurso e a comissão julgadora terá o direito de premiar o participante subsequente, conforme o ranking de colocados;

17. Eventuais dúvidas relacionadas com este concurso e seu regulamento podem ser esclarecidas através do e-mail: literaturaecinemausf@gmail.com;

18. Para todos os efeitos legais, os participantes do presente Concurso declaram ser os legítimos autores de seus trabalhos e garantem o ineditismo dos mesmos, responsabilizando-se e isentando a equipe organizadora de qualquer reclamação ou demanda que porventura venha a ser apresentada em juízo ou fora dele.

19. A comissão terá o direito:

a) de alterar qualquer item deste Regulamento, bem como interromper ou cancelar o Concurso, se necessário for, por meio de comunicação em página do sítio. Se os participantes inscritos não concordarem com os termos alterados, poderão cancelar a inscrição de participação no Concurso, a fim de se liberarem das obrigações ora assumidas.

b) de deixar de outorgar premiações, todas ou algumas, inclusive as menções honrosas, caso a Comissão Julgadora julgue necessário.

20. Os casos omissos serão resolvidos pela organização.

Divulgue-se.

EDITAL CONCURSO DE CONTOS

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I CONCURSO  DE CONTOS “CULTURA SEM FRONTEIRAS”

Projeto Literatura e Cinema na Formação Humana

Programa Universidade sem Fronteiras

Subprograma Apoio às Licenciaturas

REGULAMENTO

1.O Concurso destina-se a todas as pessoas interessadas e cada concorrente poderá participar com apenas um trabalho (um conto por pessoa) que ainda não tenha sido premiado em outro concurso. O tema é livre e a inscrição é gratuita;

2. O concurso será dividido em duas categorias:

a)Alunos de escola pública;

b) demais pessoas da comunidade;

3. O arquivo contendo o conto deverá ser enviado, ou entregue, para a Fundação Cultural de São Mateus do Sul/ Biblioteca Pública Arlete Neves Schrann sito a Rua Dom Pedro II, 460 – São Mateus do Sul - PR, até o dia 31 de julho de 2010;

4. O participante deverá enviar ao endereço descrito no item 3, o seguinte material:

a) Em um envelope grande: duas vias do conto em que deve conter o nome artístico, com o qual assina a obra e que será divulgado em caso de premiação e/ou publicação; o titulo e a categoria;

b) Dentro do envelope deve conter outro envelope com: ficha de inscrição - que estará disponível no mesmo endereço do item 3 e com os demais organizadores, ou que pode ser solicitada por e-mail que consta no item 17 – e declaração de matrícula caso o participante se enquadre na categoria de escola pública.

5. O concurso   tem a finalidade de estimular a produção literária,  premiando obras inéditas de autores em língua portuguesa.

6. O  concurso é destinado  a autores brasileiros, naturais e residentes em São Mateus do Sul que apresentem textos totalmente inéditos em Língua Portuguesa;

7. O resultado será divulgado na imprensa, na Internet e no dia 11 de setembro de 2010, I DIA DA CULTURA SEM FRONTEIRAS, junto com as atividades programadas pelo projeto Literatura e Cinema, em local a ser divulgado.

8. Os endereços para divulgação na internet são:

http://www.transtornando.blogspot.com e twitter.com/literaturaecine;

9. Os contos não serão devolvidos.

10. O encaminhamento dos trabalhos na forma prevista neste regulamento implica na concordância com as disposições nele consignadas.

11. Os contos não poderão:

(a)  causar danos materiais e/ou danos morais a terceiros;

(b) constituir  ofensa à liberdade de crença;

(c)  revestir-se de conteúdo que implique  discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional ou regional;

(d) implicar  violação de norma legal;

(e) ter a  intenção de divulgar produto ou serviço ou qualquer finalidade comercial;

(g) fazer propaganda eleitoral ou divulgar  opinião favorável ou contrária  partido político;

(h) terem  sido produzidos por terceiros.

12.  Somente serão aceitas inscrições que preencham todas as condições necessárias, realizadas dentro do período estabelecido e através do procedimento previsto neste regulamento. Os dados fornecidos pelo participante, no momento de sua inscrição, deverão ser corretos, claros e precisos. É de total responsabilidade do participante a veracidade dos dados fornecidos.

13. Cada autor poderá participar  com apenas um conto.

14.  Os contos deverão ser redigidos em  arquivo com extensão doc,  nele constando o título da obra, o pseudônimo do autor e a categoria, em papel A4 (formato retrato), com margens superior, inferior, direita e esquerda de 3,0 cm, letra "Times New Roman", tamanho 12, espaço 1,5 entrelinhas, com alinhamento justificado, contendo, no máximo, 3 (três) páginas

15. É vedada a utilização de trechos ou totalidade de obras já publicadas. Uma vez constatada a utilização, o conto será desclassificado.

16. Os contos serão analisados por uma Comissão Julgadora, cujas decisões serão soberanas e irrecorríveis. 

17. A avaliação dos contos será realizada com base nos seguintes  critérios:

a) originalidade;

b) imaginação e criatividade;

c) apuro estético;

d) qualidade técnica. 

18. No caso de fraude comprovada,  o vencedor será excluído automaticamente do concurso e a comissão julgadora  terá o direito de premiar o participante subsequente, conforme o ranking de colocados;

19. Eventuais dúvidas relacionadas com este concurso e seu regulamento podem ser esclarecidas através do e-mail: literaturaecinemausf@gmail.com;

20. Para todos os efeitos legais, os participantes do presente Concurso declaram ser os legítimos autores dos contos inscritos e garantem o ineditismo dos mesmos, responsabilizando-se e isentando a equipe organizadora de qualquer reclamação ou demanda que porventura venha a ser apresentada em juízo ou fora dele.

21. A comissão terá o direito:

a)  de alterar qualquer item deste Regulamento, bem como interromper ou cancelar o Concurso, se necessário for, por meio de comunicação em página do sítio. Se os participantes inscritos  não concordarem com os termos alterados, poderão cancelar a inscrição de participação no Concurso, a fim de se liberarem das obrigações ora assumidas.  

b) de deixar de outorgar premiações, todas ou algumas, inclusive as menções honrosas,  caso  a  Comissão Julgadora julgue necessário:

22. Os casos omissos serão resolvidos pela organização.

22. A premiação:

1º lugar – 1 (um) DVD player portátil.

2º lugar – 1 (um) DVD e 1 (um) livro

Obs: Poderá haver menção honrosa.

Divulgue-se.

2 de junho de 2010



RENASCIMENTO: CONTRADIÇÕES E AMBIGUIDADES




Estamos habituados a reconhecer e identificar o período caracterizado como Renascimento como uma época de importante mudanças e bruscas rupturas em relação à Idade Média, considerada como sua antítese. Parte deste pensamento, se deve a idéias por muito tempo disseminadas na própria historiografia e principalmente nos livros didáticos, que até pouco tempo atrás representavam a Idade Média como a época das trevas , ou como os longos mil anos de escuridão que pairaram sobre a Europa, e o Renascimento como o período de ascensão do homem , do pensamento livre de influências religiosas e místicas, da formação da ciência.


É claro que tais denominações fazem sentido, porém são por demais generalizantes e práticas. É como se logo que a Idade Média tivesse acabado (o que também é de difícil definição, não há como delimitar esses términos e inícios de forma linear , estipulando datas e fatos) o pensamento, cultura e imaginário característicos deste tivessem acabado junto, e o Renascimento em ascensão seria um novo tempo sem nenhuma influência ou resquício da época anterior.




Não podemos negar que foi durante o Renascimento que teve início a formação de um campo científico tal como o conhecemos hoje, baseado no empirismo e num dito racionalismo. Porém, essas novas experiências e descobertas ainda eram motivadas por sentimentos de religiosidade , aconteciam para explicar e legitimar fenômenos religiosos. É possível perceber através da Literatura da época e, principalmente nos textos de viajantes, aventureiros e descobridores , que o desconhecido ainda era explicado através da imaginação e da fantasia, lendas e mitos ainda faziam parte do cotidiano, como ainda fazem, mas estes ainda competiam pelo espaço de explicação correta, pelo estatuto de verdade. Os estudos gregros, mantidos pelos romanos nos campos da ciência e da geografia, durante a Idade Média foram substituídos por explicações religiosas impregnadas de mitologia e fantasia. Tais explicações faziam parte do real e do cotidiano, e faziam às vezes de ciência, ainda durante o Renascimento. Os estudos de Giordano Bruno , de Copérnico e o Pantagruel, de Rabelais, estavam impregnados de misticismo.

Nestas obras literárias e nos livros de classificação zoólogica e nos manuais de descrição do mundo animal e dos seres fantásticos, denominados bestiários, notamos a ambiguidade da Renascença, porém é dentro desta ambiguidade que se dá o início da formação de campos intelectuais independentes e distintos, na religião, na ciência e também na literatura.



Amanda Cieslak