5 de agosto de 2009

Rota Comando

capa do filme - Rota Comando




O estopim foi acesso por Hector Babenco em 1981 com Pixote – A Lei do Mais Fraco. Passado pouco mais de duas décadas o diretor nos apresentou Carandiru. Anterior a este tivemos Cidade de Deus, do diretor Fernando Meirelles. Porém, foi com o longa Tropa de Elite, de José Padilha, lançado em 2006 que o cinema policial ganhou discussões além das fronteiras das mesas redondas cinéfilas.

Chegamos a 2009 e acaba de chegar às locadoras de todo país Rota Comando, um filme do estreante diretor Elias Junior. Orçado com apenas 550 mil reais, um valor distante de uma produção cinematográfica, o longa tem 2h14, e foi uma adaptação do livro Matar ou Morrer de Conte Lopes, atualmente deputado estadual pelo estado de São Paulo, mas que anteriormente foi capitão da Rota.
A ação do filme se concentra nos habituais crimes e perversidades presentes na cidade: crimes, trafico de drogas, estupros e logicamente o efetivo do batalhão de choque da Polícia Militar de São Paulo.

Não estabelecer proximidades entre Rota Comando e Tropa de Elite é aparentemente superficial demais, pois ambos são adaptações de livros escritos por comandantes da ROTA e BOPE. E, a concentração das cenas é envolta aos comandantes e suas equipes, na tarefa de eliminar os crimes e proteger a cidade.
Lançado com diretamente para as locadoras, o longa saiu com uma tiragem de 20 mil, porém se acredita que o número de cópias seja muito maior pela pirataria na cidade de São Paulo.

O filão que ficou adormecido por quase vinte anos, se tornou um mercado altamente rentável para o cinema nacional. Assuntos que agradam imensamente o público presente em salas de cinema, ou mesmo em casa, em suas leituras muitas vezes estáticas, e também as discussões mais amplas de ordem sociológica feitas sempre em torno destas produções. Se o termo “favela movie” ganhou força com Cidade de Deus e Cidade dos Homens, com Tropa de Elite e o novo Rota Comando ficamos com o termo “PM movie”. Além do cinema, a televisão e o teatro tem apresentado nos últimos anos produções baseadas nestes filmes, ou mesmo nos temas, basta recordar do Força Tarefa e a Lei é o Crime, e da excelente montagem teatral Salmo 91 (adaptação do livro Estação Carandiru).

A fórmula do cinema policial nacional esta montada, resta saber se a equação será cumprida a regra do que se espera de um bom filme: boas interpretações, montagens e fotografia. De resto ficamos com a imagem do cinema policial, resta saber se não o bastardo.


Bruno Scuissiatto

0 comentários: