14 de junho de 2009

A simplicidade da arte!!

A Arte ( do Latim ARS, significando técnica e/ou habilidade) pode ser entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais espectadores.
Essa é apenas uma definição genérica sobre um assunto tão vasto, artes plásticas, literárias, cinematográficas, musicais e por aí adiante. Mas mesmo distintas em forma, todas as artes tem em comum o objetivo de sensibilizar o homem, dando vida a imaginação, transcendo a realidade.

Mas a arte diferente do que muita gente pensa não está somente nos espaços acâdemicos, mas sim no cotidiano. Tudo pode virar arte. Só depende de um olhar mais atento.
Tudo começa apenas com uma boa idéia e depois vontade de dar vida a ela.
Como essa é a minha primeira postagem no blog, selecionei um video que representa muito bem essa teoria.

Uma folha em branco, uma boa idéia e muita criatividade. Essas são a matéria-prima da arte.










Simples assim, como a arte!!


Andressa Mariano

1 de junho de 2009

Entre cores e sons: a televisão com salvação.

A atriz Mayara Constantino, intérprete da personagem Thereza.


Quando falamos sobre a televisão brasileira, principalmente sobre a programação, omitimos muitas verdades. Quem nunca teve a sensação de vergonha, ao ser indagado a algum programa televisivo? Deixo de lado esta questão voltada ao infinito particular de cada um, para escrever sobre a temática atual da tv aberta no Brasil. Basta pegar o controle remoto e escorregar o dedo sobre ele, pronto: um infinito de programas na sua frente. Dentro destas infinidades, a maior parte se resume o entretenimento, até mesmo os programas jornalísticos de várias emissoras ingressaram nesta linha. Se antigamente o glamour televisivo estava restrito as novelas no formato preto e branco, a festivais populares de músicas, hoje, o glamour está na valorização da competição apelativa na busca da maior fatia da audiência. As emissoras entram em duelos homéricos, nas quais o resultado final normalmente é um inferno dantesco.
A margem de toda esta competição acirrada entre os maiores veículos televisivos brasileiros está a TV Cultura - Fundação Padre Anchieta de São Paulo, retransmitida a todo o país pelas tv´s educativas. Há quarenta anos “a FPA colabora com a cultura nacional e abre caminhos para ensinar, divertir, e cumprir a sua função no desenvolvimento social”.
Dentro da sua grade encontramos programas voltados para todos os públicos: Rá Tim Bum, Cocoricó, Roda Viva, Nossa Língua, Entrelinhas, Zoom, Metropolis, Cine Brasil, entre outros. A Tv Cultura privilegia todas as áreas do conhecimento, seus programas dialogam com a modernidade e com o passado concomitantemente. Assim, faz das suas produções, desde os voltados para o público infantil, interessantes e produtivos para nós adultos. A ampla relação dos programas da emissora com a literatura é algo fantástico, quando tratado do espaço cedido pelas outras. O espaço destinado ao cinema é muito forte, pois, com programas como o Zoom, temos profundidade nas matérias e, também a abertura dos conceitos que normalmente não são mostrados na televisão (roteiros, produções, co-produções), além da exibição de curtas-metragens.
Esta valorização de relacionar as mais significativas áreas da cultura com uma programação voltada para uma televisão aberta, valoriza ainda mais a forma como a TV Cultura se posiciona como divulgadora da arte em um país, em que ela muitas vezes é sucateada entre propagandas intermináveis.
A sugestão do momento é para a série Tudo que é Sólido Pode Derreter, um programa juvenil, produzido pela Ioiô Filmes em parceria com a Tv Cultura e com direção de Rafael Gomes. Abaixo a descrição da série.



Tudo o que é Sólido Pode Derreter é uma série juvenil que busca explorar de forma atraente e com bom muito humor o universo adolescente a partir do cotidiano de uma jovem, Thereza, que estuda na escola grandes obras da literatura de língua portuguesa, descobrindo e envolvendo-se com suas histórias.
Produzida pela Ioiô Filmes em parceria com a TV Cultura, a série é derivada do premiado curta-metragem de mesmo nome, dirigido por Rafael Gomes, que agora adapta a trama para uma construção dramatúrgica em capítulos.
O curta-metragem Tudo o que é sólido pode derreter é uma porta de entrada para o universo shakespeariano. Contando a história de uma garota de 15 anos que tem de estudar a peça Hamlet, de Shakespeare, justamente numa fase em que sua vida está em crise, o filme coloca numa mesma mistura, entre outros, a solidão e a angústia características da adolescência, a vida escolar e a dor da perda de um parente querido – tudo permeado pela descoberta de um clássico da literatura universal.
Assim, o curta acompanha a jornada de iniciação artística de uma garota inteligente e de vibrante vida interior. Conforme começa a compreender as inquietações do príncipe Hamlet, a protagonista passa a compartilhar de suas dores e, a partir delas, aprende a se fortalecer para a vida.
Tudo O Que É Sólido Pode Derreter, o filme, mostra como Hamlet pode dialogar com o público jovem da atualidade, traçando paralelos entre livro e vida e construindo uma crônica juvenil delicada e divertida, que mescla humor e drama para abordar o tema da transição para a idade adulta.
Tudo o Que É Sólido Pode Derreter, a série, visa adaptar essa premissa para uma construção dramatúrgica em capítulos. Terá a mesma jovem do filme como personagem fixa, descobrindo e envolvendo-se, a cada episódio, com uma obra importante da literatura de língua portuguesa, seja ela um romance, uma peça de teatro ou um poema.
Viajando por entre o O Auto da Barca do Inferno, Os Sermões, Os Lusíadas, Canção do Exílio, Senhora, Macário, Dom Casmurro, Ismália, Quadrilha, Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres, Quem Casa Quer Casa, O Guardador de Rebanhos e Macunaíma, a série dialoga com o público jovem da atualidade, traçando paralelos entre livro e vida e construindo uma crônica juvenil delicada e divertida, que mescla humor e drama para abordar o tema da transição para a idade adulta.
Durante cada um dos 13 episódios, acompanhamos a aproximação da adolescente à obra em questão, traçando paralelos lúdicos e sentimentais. São amplamente exploradas as possibilidades cênicas e dramáticas do encontro entre a realidade juvenil retratada e o vasto mundo ficcional presente na obra literária.
A série busca equilibrar um tom realista, de observação das dores e alegrias da personagem adolescente, e o lado fantasioso de encontro entre a vida real urbana com todo um universo ficcional distinto, que possibilita à mente jovem ousado voos associativos e imaginativos. Possui um ponto de vista bastante subjetivo. O espectador é sempre guiado pelo olhar da protagonista e a costura entre seu cotidiano e a obra por ela estudada se dá através do seu mundo e de seus sentimentos.
Para acompanhá-la nessa jornada pelo universo literário, Thereza conta com seus amigos Marcos, Letícia e João Felipe, sua rival, Dalila, seus pais, Marta e Décio, e a lembrança de seu falecido tio, Augusto.



A frase desligue a tv e vá ler um livro, neste caso podemos mudar para: ligue a tv e descubra livros.



Bruno.

18 de maio de 2009

A "breve" história do século XX.



A “breve” história do século XX.





Uma mistura de fragmentos de imagens, arquivos, cenas de cinema dispostos em uma sequência não linear mostra, de uma maneira surpreendente e inusitada a “breve” história do século XX. Nós que aqui estamos por vós esperamos, foi premiado no Festival de Gramado e no Festival de Recife e dirigido e também produzido por Marcelo Masagão.
Eric Hobsbawm, em seu livro a Era dos Extremos deixa claro a turbulência que foi o século XX, a transformação do “progresso” tão esperado no século anterior em guerras e catástrofes. Essa obra é referência para Nós que aqui estamos por vós esperamos.
Imagens de pessoas famosas, cientistas, líderes, fatos e acontecimentos inesquecíveis se confundem com pessoas desconhecidas e anônimas, com o cotidiano. Essa trajetória busca mostrar o tempo frenético e intenso. O desenvolvimento tecnológico, a industrialização e por conseqüência o surgimento do homem máquina, as guerras e a inevitável desvalorização da vida, a transformação do tempo e do ritmo de vida. Os protestos, as mulheres e o feminismo, o sofrimento e a alegria. Através da micro-história e com a utilização de um discurso pautado em lugares simbólicos o filme cria uma representação caótica do século XX, traduzindo-o perfeitamente.
O título se dá pela frase que fecha o filme, escrita em pequeno cemitério: “Nós que aqui estamos por vós esperamos” demonstrando a fragilidade e instabilidade da vida humana.



Ficha Técnica:
Título Original: Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos.
Gênero: Documentário.
Tempo de Duração: 73 minutos.
Ano de Lançamento (Brasil): 1998.
Distribuição: Riofilme.
Direção: Marcelo Masagão.
Roteiro: Marcelo Masagão.
Produção: Marcelo Masagão.
Música: Wim Mertens.
Fotografia: Marco Túlio Guglielmoni.
Edição: Marcelo Masagão.


Amanda Cieslak.

12 de maio de 2009

"Literatura e Cinema na formação humana" participa do V CIEL

Olá pessoal!

Hoje resolvi fazer uma postagem diferente. Gostaria de falar sobre a participação dos membros do nosso projeto no V CIEL - Ciclo de Estudos em Linguagem que ocorreu nos últimos dias 28,29 e 30 de abril na UEPG.


Essa quinta edição contou com a participação de uma cineasta na palestra de abertua, Flávia Seligman, que leciona na UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Além disso, houve uma mostra de filmes durante todo o evento que apresentou documentários como "Sou eu mesmo", sobre a vida e obra de Mário Quintana, e "Certos Olhares" e "Ilhas Urbanas", de direção de Flávia Seligman.

Todos nós apresentamos comunicações sobre o tema de Literatura e Cinema através de duas comunicações coordenadas, que foram assistidas por um grande número de participantes. Segue abaixo a relação dos trabalhos apresentados por cada um de nós:

Rosana Apolonia Harmuch:  BENTO DE MACHADO E GODOFREDO DE EÇA: NARRAR PARA SE SALVAR

Bruno Scuissiato: A FALECIDA DE NELSON RODRIGUES, SEGUNDO LEON HIRSZMAN - Orientadora: Rosana Apolonia Harmuch

Katrym A. B. dos Santos: A ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA “MEMÓRIAS PÓSTUMAS”, DE ANDRÉ KLOTZEL
Orientadora: Rosana Apolonia Harmuch

Angelis Cristina Soistak: REALISMO E CRÍTICA SOCIAL EM PERSUASÃO, DE JANE AUSTEN

Marly Catarina Soares:"A HORA DA ESTRELA" DE CLARICE LISPECTOR E DE SUZANA AMARAL

Amanda Cieslak Kapp: TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA E O CONTEXTO HISTÓRICO DOS PRIMEIROS ANOS DA REPÚBLICA.
Orientadora: Marly Catarina Soares

Kleber A. B. dos Santos: AS DIFERENÇAS ENTRE A ESCRITA E A IMAGEM NO UNIVERSO DO LIVRO 1984, DE GEORGE ORWELL
Orientadora: Silvana Oliveira

Silvana Oliveira: LIVROS, FILMES E FANTASMAS

Ana Carla Vieira Bellon: A RETRATAÇÃO DO CONTO DE FADAS NA OBRA STARDUST, DE NEIL GAIMAN E EM SUA ADAPTAÇÃO AO CINEMA.
Orientadora:Marly Catarina Soares

Assim, é possível perceber que o nosso projeto, além de extensão, também trabalha com a pesquisa, enriquecendo nossa formação acadêmica de várias formas. Quando os anais do V CIEL forem publicados,  quem tiver interesse poderá dar uma olhada nos trabalhos realizados por nós!

Até a próxima!

Katrym 

9 de maio de 2009

"Leite Derramado", novo livro de Chico Buarque

 

SYLVIA COLOMBO
da Folha de S.Paulo

Um idoso centenário agoniza no leito de um hospital. Às enfermeiras que dele tratam, conta, de modo confuso e algo delirante, a história de sua vida.

A saga de uma família que tem início na corte portuguesa, atravessa os períodos do Império e da República Velha e desemboca nos dias de hoje é o centro do enredo de "Leite Derramado", quarto romance do cantor, compositor e escritor carioca Chico Buarque, 64, que chega hoje às livrarias.

A trama percorre o mapa de um Rio tradicional, revisitado pela reportagem da Folha.

Do ponto de vista estilístico, a prosa de Chico evoca características da narrativa machadiana. O diálogo com o "bruxo do Cosme Velho" foi observado pelo crítico Roberto Schwarz e pelo economista Eduardo Giannetti, que resenharam a obra a convite da Ilustrada.

A inspiração inicial para o livro veio da canção "O Velho Francisco", de 1987. O autor a tinha como esquecida até ouvir uma regravação feita pela cantora Monica Salmaso.

Em 2008, quando o produtor Rodrigo Teixeira o procurou para falar de um projeto em que escritores fariam textos baseados em músicas do cantor, Chico deu o seu aval, mas pediu que "O Velho Francisco" não fosse utilizada, pois com essa ele mesmo já estava fazendo algo. A letra fala das agruras de um ex-escravo, alforriado "pela mão do imperador".

Ao reescutá-la, Chico pensou em escrever a história de um velho. Só que, quando foi pôr mãos à obra, mudou o enfoque. Trocou o ex-escravo por um homem de nobre estirpe. E é por meio dele, Eulálio Montenegro d'Assumpção, o tal moribundo citado acima, nascido em 16 de junho de 1907, que o escritor narra a decadência de determinada elite brasileira.

Daryan Dornelles/Folha Imagem

Chico Buarque, que acaba de lançar seu mais novo romance, "Leite Derramado"

O cantor, compositor e escritor carioca Chico Buarque, 64, em sessão de fotos realizada em sua casa, no Rio

A questão racial, porém, continuou sendo central na obra. O protagonista casa-se com uma mulata --ainda que finja não percebê-la como tal-- e tem comportamento racista em diversas ocasiões. Aos poucos, porém, os Assumpção vão misturando seu sangue nobre cada vez mais, até que o bisneto de Eulálio nasça negro, algo em que tampouco quer acreditar.

"Leite Derramado" sugere um duplo sentido. O primeiro, mais pontual, refere-se ao abandono de Eulálio pela mulher, Matilde, quando esta ainda amamentava a filha do casal. O segundo indica o significado mais geral da obra --a derrocada fatal de uma casta, tragédia que se mostra irreversível.

Um dos primeiros leitores do texto foi o romancista Rubem Fonseca, que não gostou do título e recomendou que fosse trocado. Chico pensou um pouco, mas não mudou de ideia.

O romance começou a ser escrito em agosto de 2007 e dá vida a objetos e lugares que habitam as lembranças do autor, como aparelhos de vitrola, refrigeradores Frigidaire, colégios para moças, ritmos de época. Sua paixão pelo Fluminense se materializa na figura de Xerxes, um fictício jogador indisciplinado dos anos 50.

História

A reportagem visitou locais nos quais o romance se desenvolve. Vistos hoje, os casarões de Botafogo abandonados, a ocupação desordenada da Tijuca e a explosão imobiliária de Copacabana parecem corresponder à degradação proposta pelo enredo.

Por ser filho do mais importante historiador brasileiro, Sergio Buarque de Holanda (1902-1982), e por ter optado por um enredo sobre o passado do país, alguns acreditaram que "Leite Derramado" fosse fazer aproximações entre literatura e história.

A obra, porém, diz respeito mais à primeira do que à segunda. O próprio Chico deixou claro que partiu da ficção para a pesquisa de fatos, datas e acontecimentos, e não o contrário.

Timidez

Celebrizado por sua discrição e timidez como músico, Chico se mostra ainda mais contido como escritor. Recusa-se a conceder entrevistas, alegando dificuldades em explicar o livro além do que está dito em seu conteúdo. Quando está metido na literatura, trabalha em silêncio e praticamente isola-se para se manter totalmente concentrado, em seu apartamento, no Leblon.

"Leite Derramado" contribui para consolidar o Chico escritor. Sucede livros cuja vendagem vem crescendo. O primeiro, "Estorvo" (1991), vendeu 180 mil cópias; o segundo, "Benjamim" (1995), 85 mil; e o mais recente, "Budapeste" (2003), chegou a 275 mil.