22 de abril de 2010

Feito por eles - para eles



Estreou na última semana o longa “As melhores coisas do mundo”. Com direção de Laís Bodansky, diretora dos aclamados – Bicho de sete cabeças (2000) e Chega de Saudade (2007). O filme é uma adaptação da série “ManoCidadão Aprendiz”, escrito por Gilberto Dimenstein e Heliosa Prieto.

A história do filme não traz nenhuma novidade para um espectador não atento no sentido além da temática abordada. Adolescentes em confronto com a própria fase em que vivem., cercados de descobertas, desafios e ensejos variados. Como a própria sinopse do filme descreve: Mano tem 15 anos, adora tocar guitarra, beijar na boca, rir com os amigos, andar de bike, curtir na balada. Um acontecimento na família faz com que ele perceba que virar adulto nem sempre é tarefa fácil.

O ponto alto da produção foi estabelecer uma relação fidedigna do filme com a realidade nele trabalhada. Com uma proposta de protagonizar um filme voltado para jovens, nada melhor que aceitar uma inserção coletiva deles na concepção do roteiro. Até mesmo a escolha do título do filme foi decidida em votação na internet, no mesmo compasso os protagonistas condutores da narrativa fílmica também foram escolhidos e exaustivamente testados - em uma competição com outros 2.500.

Vale destacar que a trilha musical de "As melhores coisas do mundo", traz a presença de uma canção de um beatle. Isso mesmo, Something, escrita por George Harrison. Fato inédito dentro de cinematografia nacional.

Certamente o que diferencia o longa de Laís Bodanski de outras produções dentro do universo adolescente, principalmente no cinema brasileiro é a forma como o debate entre os jovens acontece. Questões sobre preconceito, falta de respeito e a intolerância sobre o diferente são abordagens vistas dentro desta narrativa fílmica.

As melhores coisas do mundo abre um leque do cinema na atualidade: a preocupação com os prováveis espectadores. Ou ainda, com os próprios atores.



Bruno Scuissiatto





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