6 de janeiro de 2010

CÂNDIDO OU O OTIMISMO.


CÂNDIDO OU O OTIMISMO

Voltaire, em sua obra Cândido ou o otimismo narra a história de Cândido, um rapaz que como o próprio nome traduz se caracterizava por ser ingênuo e crente. Cândido depois de expulso de onde morava, o lindo castelo de Thunder-ten-tronckh em Vestfália, percorreu o mundo e se deparou com o horror, a maldade, e o sofrimento humano.
Quando ainda morava no castelo e, de certa forma estava protegido do mundo além de seus muros, Cândido aprendeu a perceber as coisas conforme lhe ensinou o doutor Pangloss, sábio conhecedor do mundo e da filosofia. Para Pangloss o mundo em que viviam era o melhor dos mundos possíveis, o mal era um elemento necessário para o desenvolvimento do todo e o sofrimento muitas vezes era justificável visto que era um dos males necessários para se atingir o progresso.
Cândido, depois de tantas surpresas e sofrimentos tornou-se descrente em relação às idéias de seu mestre. Após presenciar guerras, calamidades, ilusões, ganância e os piores sentimentos e ações dos homens começou a não acreditar mais que aquele poderia ser o melhor dos mundos possíveis, percebeu que o otimismo do doutor Pangloss sustentava que tudo está bem quando tudo está mal. O sentimento de conformismo não lhe cabia mais.
A partir deste momento Cândido começou buscar respostas a essas inquietações observando como as pessoas agiam em relação a essa questão. O que deveria ele fazer? Sentir todos esses problemas? Fazer de conta que eles não existiam? Ser indiferente?
Um dia encontrou um senhor na sua propriedade de terra com sua família e concluiu que aquele homem era feliz. Este lhe disse: Afaste os vícios e trabalhe sem filosofar, esta é a única forma de tornar a vida suportável. Neste momento Cândido percebeu que de nada adiantaria tentar entender a explicação para todas as coisas e para o sofrimento, mas em vez disso cultivar seu jardim da melhor maneira possível.
Voltaire, com esta história discordou do sistema desenvolvido por Leibnitz, de que este é o melhor mundo possível que Deus poderia ter construído. É uma crítica a idéia construída de que o mundo em que vivemos, é o melhor dos mundos possíveis. E que se existisse algo melhor não estaríamos desta maneira. Que todas as calamidades (sejam elas de qualquer natureza) são justificáveis visto que estamos progredindo. É um balde de água fria ao conformismo. Não é necessário conhecer e explicar todas as coisas e o mundo para que este se torne melhor. Esta é uma tarefa impossível. O autor conclui que, acima de tudo, o essencial é cultivar bem seu próprio jardim, ou seja, tudo e todos que estão ao seu redor.


Amanda Cieslak.

1 comentários:

MM disse...

muito bom mesmo, grande capacidade de síntese