27 de janeiro de 2010

O cinema e a literatura enquanto fontes de pesquisa historiográfica



Quando pensamos em literatura e cinema diversas possibilidades nos vem a cabeça. Os usos das duas produções são variados, passando de entretenimento, diversão, ensinamento até questionamento. Como toda obra de arte a literatura e o cinema transmitem mensagens, carregam práticas e valores de quem os produziu.
O campo da História, principalmente a partir da década de 60, se expandiu e novas fontes são aceitas e estudadas para a pesquisa de infinitos objetos de estudo. Se antes prevaleciam os dados e documentos oficiais e, naquela época ditos verdadeiros e imparciais (como se a opinião de quem os produziu não imperasse), hoje o historiador se depara com inúmeras e diversas fontes para a realização de seu trabalho.
Dessa maneira, o cinema e a literatura entram em cena. Os filmes e os escritos são usados como fontes para percepção e análise histórica de questões que permearam as práticas deste espaço temporal. Como nos diz Benedito Nunes: "a leitura ficcionaliza a História. Em contrapartida, a leitura historiciza a ficção, na medida em que a voz narrativa histórica e a narrativa ficcional se interpenetram, sem se confundirem, pode-se concluir que as duas epistemologias, a da História-Ciência e a da História- Arte se complemenram na base do tronco narrativo comum que também une, como formas simbólicas similares do pensamento, História e Ficção."
É importante perceber como os autores traduziram esses aspectos em seus escritos. Os valores e ideais que permeiam essas obras são frutos da sociedade em que viviam, permitem que nós tenhamos acesso a uma pequena percela da realidade da época, e justamente por essas razões se constituem como fonte histórica de pesquisa, estreitando ainda mais o diálogo entre o cinema, a literatura e a história.


Amanda Cieslak.

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