20 de janeiro de 2010

A Onda


Na década de 60, na Califórnia, o professor de história Ron Jones aplicava o coneúdo referente a fascismo e Segunda Guerra Mundial e percebia uma forte incompreensão do que significou o nazismo e sua disseminação na Alemanha hitlerista e como a população pôde concordar com o massacre de judeus nos campos de concentração.
O professor, então, iniciou uma experiência de uma semana na qual ele e os alunos deveríam criar um grupo seguindo normas semelhantes à dos regimes fascistas. A autoridade do líder era indiscutível, criou-se uma polícia entre os alunos para vigiar os membros do grupo. Foi adotado uniforme, saudação, slogan e o grupo nomeado ‘A terceira onda’.
Discursando sobre como a união da terceira onda deveria se expandir para toda a sociedade e todo o país, corrigindo os problemas destas instâncias, Ron Jones conseguiu com facilidade fazer com que os alunos se acreditassem parte de uma comunidade ideológica. Em cinco dias o movimento chegou a agregar 300 adolescentes e já silenciava dissidentes com uso da força. Após alguns eventos violentos, Jones desmanchou a Terceira Onda e foi proibido de lecionar na rede pública.
Em 2009 esta história vem às telas adaptada para o cenário da Alemanha do século XXI, com seus problemas sociais específicos, tais como a imigração, a desfragmentação da família e de sua autoridade. Confrontando egoísmo com individualismo, democracia com comunidade, o filme retrata as crises da geração adolescente da década.
“A Onda”, do diretor David Gansel, mostra como heróis se tornam vilões em nome de ideais, como as pessoas precisam se sentir membros de uma comunidade, e invariavelmente desta resulta a exclusão. O filme também sugere que uma nova ditadura é, sim, possível a despeito da falta de ideais, de nacionalismo e identidade desta geração, e que seríam exatamente estas as causas de uma terceira onda.
Ana Elisa

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