14 de fevereiro de 2010

De tudo - sobrou as cinematecas

Cinemateca de Curitiba - única no estado.


O surgimento de uma sala de cinema no Brasil aconteceu em 1896 alguns meses depois da invenção do produto fílmico pelos irmãos Lumiére. Esse ano marcava definitivamente os primeiros passos da indústria cinematográfica na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal do país.

Durante meados do inicio do século XX a capital fluminense abrigava aproximadamente 20 salas de cinema. Percurso que muitas outras cidades brasileiras seguiram – com salas de exibição localizadas na rua.

Com o processo de modernização das cidades e o aumento desenfreado da especulação imobiliária, tornou-se cada vez mais raro caminhar pelos centros das capitais e municípios e encontrar filmes exibidos praticamente a alguns passos da calçada.

Atualmente o país tem a maioria esmagadora de salas de cinema localizadas dentro de shopping center. Dotadas de salas modernas com os últimos aparatos da tecnologia, elas são responsáveis pela exibição dos grandes blockbusters, atraindo um número alto de espectadores. Contrário a esta onda cada dia mais natural, os cinemas de rua padecem para manter as portas abertas. Com um público reduzido, devido às produções mais alternativas e distantes das cifras milionárias comuns das produções blockbusters, muitos fecharam as portas. Chegando ao ponto de muitas cidades não terem mais nenhuma sala de cinema, fato que em municípios menores é uma prática comum. Se a modernidade traz a ação para o público com a projeção 3D em grandes redes, acaba excluindo os moradores de cidades sem um shopping center e não tem oportunidade de assistir um filme no cinema.

Uma das alternativas para os cinéfilos que gostam de assistir produções fílmicas sem a pressão de estar dentro de um shopping, e pagando um preço acessível são as cinematecas, que basicamente somente as capitais comportam atualmente.

No estado do Paraná a Cinemateca de Curitiba fundada em 1975 é a única em atividade no estado. Com uma programação que varia, exibe filmes que já saíram do circuito das grandes redes até produções premiadas pautadas em filmes selecionados em festivais, mostras e lançamentos de produções nacionais com investimentos menores.

Já o Ministério da Cultura mantém em São Paulo a “cinemateca brasileira” (http://www.cinemateca.com.br) que surgiu na década de 40 com alguns alunos do curso de Filosofia da USP, entre eles o crítico literário Antonio Candido. Em sua base de dados a cinemateca brasileira dispõe de um acervo para a pesquisa de toda a filmografia brasileira (ficção, documentação e acervo jornalístico). Não muito diferente de outras cinematecas a programação é pautadas em seleções de festivais de cinema, curtas, médias metragens e filmes fora do circuito comercial.





O filme "No Meu Lugar" do diretor Eduardo Ribeiro, teve estreia na Cinemateca de Curitiba antes de chegar as exibições nas telas das grandes redes.















Bruno Scuissiatto

1 comentários:

Edgar Borges disse...

Aqui em Boa Vista, Roraima, temos um único cinema com cinco ou seis salas. É de rua. dá para passear numa praça e ver o povo pegando fila para comprar os ingressos.