28 de fevereiro de 2010

Coisas Frágeis

Coisas Frágeis confirma a fama de Gaiman

De engenhoso contador de histórias sinistras,

Cuja escrita caprichosa se equipara, em seu melhor,

A Edgar Allan Poe.

The Observer

A fragilidade das coisas vem muito bem representada nas linhas engenhosas de Gaiman. A segunda coletânea de contos lançada no Brasil traz histórias incríveis e fantasticamente bem escritas e imaginativas. O livro nos traz nove contos que possuem exatamente aquilo que se espera do escritor: histórias sinistras, com doses iguais de realismo e mágica, além, é claro, do sempre presente humor negro.

Golias é o primeiro conto, se trata de ficção científica pura. Foi escrito para o site do filme Matrix, antes de sua estréia. Um gigante e um mundo extra terrestre e pensamentos e fatos que revelam mesmo o estilo do filme.

Gaiman ainda colabora e penetra no universo de outros escritores (à moda “Do inferno”, filme de Albert Hughes) e, no conto Um Estudo em Esmeralda, Sherlock Holmes precisa desvendar um assassinato onde seria a Inglaterra vitoriana de H.P Lovecraft: “Acredito que seja a imensidão. O tamanho das coisas lá embaixo. A escuridão dos sonhos...(Coisas Frágeis, p. 21)”

Mitos também tem espaço e ganham vida nova nas mão de Gaiman com O pássaro do sol. Conto sobre um clube epicuriano que buscam uma experiência gastronômica impar.

Falando em intertexto e histórias alheias, Neil invade o universo de suas próprias histórias, como é o caso de O Monarca do vale, conto de Deuses Americanos: “- SE QUER SABER – o homenzinho disse a Shadow - , acho que você é uma espécie de monstro. Estou certo?(Coisas Frágeis, p.155)”.

Coisas Frágeis recebeu o prêmio Lócus Award de 2007 como Melhor Coleção e Melhor Conto (O sinistro “Como conversar com garotas em festas”). Além de outros prêmios como o importante Hugo pelo melhor conto de ficção científica e Fantasia com “Um Estudo em Esmeralda”, em 2004.

Enfim, o escritor explora muitos outros gêneros narrativos e dá um show de criatividade e versatilidade.

Coisas Frágeis é o livro que consolida a reputação de Gaiman como um dos mais inteligentes e ímpares escritores de sua geração.”(Time Out)



Ana Carla Bellon

1 comentários:

Saulo disse...

Confesso que fiquei ainda mais curioso para ler o livro de Gaiman. A maestria de sua escrita somada a esse texto belíssimo e cheio de indicações e pormenores me deixaram com uma vontade insaciável.
Inglaterra vitoriana de Lovecraft, essa foi ótima.
Parabéns!