1 de agosto de 2010

O Filho da Noiva

          Produção argentina de 2001, “O Filho da Noiva” conta à transformação na vida de um homem após um grave problema cardíaco. Rafael Belvedere (interpretado por Ricardo Darín) administra o restaurante do pai, carrega consigo o sentimento de nunca ter sido capaz deo-filho-da-noiva agradar a mãe (Norma Aleandro) que sofre de Alzheimer; ele tem um relacionamento amoroso de pouca profundidade com uma bela jovem e mal consegue tempo para inteirar-se da vida da filha.

           Esse cenário de pressão, de tempo escasso e de instabilidade emocional é o ideal para um ataque de nervos. Rafael não consegue escapar do apelo de seu corpo, e seu espírito atingido pelo baque, pelo sinal de alerta, começa a reavaliar suas prioridades e escolhas. Ele vende o estabelecimento familiar para um grupo estrangeiro, proprietário de uma rede de restaurantes, aproxima-se cada vez mais da filha, estreita a relação com Juan Carlo, um amigo de infância, abre o coração para a namorada, e, principalmente, aceita colaborar na preparação do casamento dos pais no religioso depois de 40 anos de uma união feliz.

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          Juan José Campanella constrói uma película na qual o medo do fracasso é um fantasma implacável. Por decorrência, esperamos o reconhecimento, e tememos decepcionar e frustrar os outros. Mas, no fim acabamos decepcionados e frustrados conosco, com aquilo que obtemos e com o quê não temos. “O Filho da Noiva” desvela os sintomas e aponta para a síndrome que atingiu a Argentina: um país em constante crise financeira e política. Por isto, o filme de Campanella é um ótimo representante de uma cinematografia que se consolida como uma das melhores do mundo.

         Além de contar com o talento de Ricardo Darín, diálogos engraçados e sinceros, e o clima de agonia íntima e posterior alívio espiritual, “O Filho da Noiva” de maneira sólida, arquiteta a possibilidade de um recomeço marcado pela admissão de necessidades afetivas, abraçando os nossos e os problemas dos outros. Em suma, resgatando um tipo humano solidário e apaixonado. Em 2001 o filme foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e Norma Aleandro foi indicada ao prêmio de melhor atriz.

Kleber

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